Tuesday, 25 December 2007
From my window in Albion Road (3)
Scenes, passers-by, figures, actions, landscape, odds, foxes and colours on a regular basis from my window in Albion Road. (Some day of 2007)
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Fotos,
Life in London,
window ventana janela
Alias... By the way...
Whishing you all the best and a great New Year!!!
Muitas felicidades e um otimo ano-novo!!!
Muitas felicidades e um otimo ano-novo!!!
Para ser um tradutor
Eu nao vou copiar o artigo aqui. Ja fiz isso antes motivado pelo prazer de ler os artigos do Le Monde Diplomatique Brasil cuja qualidade provoca a vontade de pedir para os outros le-los tambem. Desta vez eu vou apenas deixar o link aqui e se voce puder ceder um minuto, va adiante porque vale a pena. Se eu nao fosse apenas um mero mortal lutando por manter em forma a capacidade de escrever atraves deste blog alguem poderia pensar que eu sou pago pelo Le Monde dada a frequente mencao dos artigos deles aqui. Antes assim fosse. Eu somente tento compartilhar opinoes animadas sobre bons textos que de vez em quando se ve. A autora em questao eh uma jovem escritora (bem jovenzinha) que no seu primeiro artigo para o Le Monde escreve sobre o fascinante exercicio de ser um tradutor. Soh em portugues.
Being a translator
I will not copy and paste the article here. I have done it before motivated by the pleasure of reading the Le Monde Diplomatique Brasil texts whose quality incites one to tell everyone that they should also read it. However it makes much more sense just putting the link here so if you have a minute to spare go on. If I was not only a mere mortal struggling to keep the capacity of writing in shape by maintaining this blog, one would think I am getting paid by Le Monde due to the frequent mention to its articles here. I wish I could at least pretend it. Actually, I just hope to share some excited opinions about a good piece when I bump into one. The author in question is a young writer (very young) who, in her first piece to Le Monde, writes here about the fascinating exercise of being a translator. Unfortunately, this is a Portuguese text. If you manage, enjoy it!
LEIA AQUI:
Sunday, 23 December 2007
Sem Chavez, Londres seria ainda mais cara
A noticia nao eh nova pois ao longo do ano o futuro acordo entre a prefeitura de Londres com a Republica da Venezuela ja ouricava opinioes e, de fato, em agosto passado concretizou-se. Porem, ao ver os cartazes espalhados em varias paradas de onibus de Londres estampando a bandeira e a frase Governo Bolivariano da Venezuela nao pude conter a gargalhada. Se aquele capitao do filme Tropa de Elite soubesse do que se trata a questao, provavelmente diria: Presidente Chavez, o senhor eh um fanfarrao! Ou talvez diria isso ao prefeito Ken Livingstone.
Genial! Chavez, em voz alta e clara, afirmou que subsidiaria petroleo para os “pobres de Londres”. E fez mesmo! Os preco de uma passagem de onibus em Londres que (sem Oyster Card) custa duas libras passa a custar 50 centavos para cerca de 250 mil pessoas de baixa renda, maes solteiras, pessoas portadoras de deficiencia e idosos de uma das cidades mais ricas do mundo (e tambem uma das mais caras do mundo). E isso gracas ao acordo firmado entre ambos em que a Venezuela ira prover petroleo com 20% de desconto para Londres para ajudar a galera que anda apertada de grana por aqui.
Estou seguro que alguns dados, apontados pelo The Times inclusive, nao foram esquecidos por Hugo Chavez para tal decisao. O PNB per capita de Londres eh de 49 mil 992 dolares; o da Venezuela eh de 6 mil 606 dolares. A populacao de Londres que vive com dois dolares diarios eh zero; a da Venezuela eh de 27.6%.
Ora, Chavez nao eh bobo... Claro que, em retorno, Londres emprestara seus tecnicos fantasticos e seu conhecimento de excelencia em gestao de cidades, planejamento urbano, turismo e politica ambiental.
E nao eh que alguns ingratos da oposicao a Livingstone reclamaram malcriadamente? O bobinho do Angie Bray, lider dos conservadores na Assembleia de Londres, saiu bradando que o acordo eh uma vergonha moral, que soh porque a Venezuela eh mais pobrezinha o Chavez nao poderia ajudar os irmaozinhos londrinos e que Livingstone nao poderia fazer acordos com ditadores que violam direitos humanos de maneira monstruosa. Ditador e violador de direitos humanos?! Esse eh um cliche que merece, e tera em breve, um post especial destacando o trabalho do documentarista John Pilger, a quem ouvi falar esses tempos no Prince Charles.
Esbravejos a parte, Chavez entrou de sola no processo eleitoral de Londres que ocorre ano que vem e espalhou um pouquinho alem-mar a revolucao bolivariana. Alem de, novamente, provocar ranger de dentes e boas risadas!
Genial! Chavez, em voz alta e clara, afirmou que subsidiaria petroleo para os “pobres de Londres”. E fez mesmo! Os preco de uma passagem de onibus em Londres que (sem Oyster Card) custa duas libras passa a custar 50 centavos para cerca de 250 mil pessoas de baixa renda, maes solteiras, pessoas portadoras de deficiencia e idosos de uma das cidades mais ricas do mundo (e tambem uma das mais caras do mundo). E isso gracas ao acordo firmado entre ambos em que a Venezuela ira prover petroleo com 20% de desconto para Londres para ajudar a galera que anda apertada de grana por aqui.
Estou seguro que alguns dados, apontados pelo The Times inclusive, nao foram esquecidos por Hugo Chavez para tal decisao. O PNB per capita de Londres eh de 49 mil 992 dolares; o da Venezuela eh de 6 mil 606 dolares. A populacao de Londres que vive com dois dolares diarios eh zero; a da Venezuela eh de 27.6%.
Ora, Chavez nao eh bobo... Claro que, em retorno, Londres emprestara seus tecnicos fantasticos e seu conhecimento de excelencia em gestao de cidades, planejamento urbano, turismo e politica ambiental.
E nao eh que alguns ingratos da oposicao a Livingstone reclamaram malcriadamente? O bobinho do Angie Bray, lider dos conservadores na Assembleia de Londres, saiu bradando que o acordo eh uma vergonha moral, que soh porque a Venezuela eh mais pobrezinha o Chavez nao poderia ajudar os irmaozinhos londrinos e que Livingstone nao poderia fazer acordos com ditadores que violam direitos humanos de maneira monstruosa. Ditador e violador de direitos humanos?! Esse eh um cliche que merece, e tera em breve, um post especial destacando o trabalho do documentarista John Pilger, a quem ouvi falar esses tempos no Prince Charles.
Esbravejos a parte, Chavez entrou de sola no processo eleitoral de Londres que ocorre ano que vem e espalhou um pouquinho alem-mar a revolucao bolivariana. Alem de, novamente, provocar ranger de dentes e boas risadas!
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London's Third World Subsidy
By
EURSOC Two
Published:
21 August, 2007
Details are finally emerging of the deal Venezuela's President Hugo Chavez struck with London's Mayor Ken Livingstone on providing subsidised fuel for Londoners. According to a report in today's Guardian, low-income Londoners will get half-price bus travel thanks to a 20 percent discount on fuel provided to London transport by Mr Chavez.
In return, London will provide Venezuela with its "expertise" on town planning, tourism, public transport and environmental protection. As anyone who has ever experienced London's town planning, tourism, public transport and environmental protection will testify, this is a fairly shitty deal for Venezuelans.
According to the deal, Oyster Card using single parents, carers, and long-term sick and disabled will pay just 50p per bus journey (still more than Parisians pay...). This will fall to 45p in winter.
The deal has been touted for some time, since President Chavez's visit to London last year. The President received a heroes welcome from London's Mayor and bien-pensant left, who seemed untroubled by his plans to revise the Venezuelan constitution in favour of his "socialist revolution" and his crackdown on critics in the media. His close friendship with controversial figures such as Iran's Holocaust-denying President Mahmoud Ahmadinejad worried more reflective left-wingers, but Chavez's fierce criticism of President George W Bush seems to outweigh any such worries among those on Livingstone's team.
EURSOC wondered earlier this year why one of the world's most prosperous cities needed to go cap in hand to one of the world's poorest countries for handouts. Venezuela's opposition agreed: Opposition leader Manuel Rosales said last November,
"I ask the (London) mayor not to commit that injustice to Venezuela... For me, it’s a crime that there is hunger, unemployment, poor services, hospitals that don’t work, roads that are a disaster — and the Government is giving away our wealth...Both the person giving it away and the person receiving it are sinning. Ethically, [Livingstone] should not accept it. In the name of Venezuela, we would ask him not to ruin the country any more.
“If London needed [the cheap oil], that would be one thing. But we’re talking about London here."
For a while earlier this year, it seemed that the Opposition's pleas were noticed: Chavez was widely expected to win the forthcoming election, but it did the "champion of the poor" no favours to be seen to be featherbedding Londoners when nearly forty percent of Venezuelans lived in absolute poverty. Low-income Londoners having trouble affording bus tickets are one thing: The millions of Venezuelans who don't know where their next meal is coming from would be a more pressing problem for a President, one would imagine.
Sure enough, the deal went cold for a while. A planned trip by Ken to Caracas to sign the deal was cancelled, though once Chavez got his landslide, the deal went ahead.
What's to gain from the deal, if financially it doesn't make much sense and there is little that rich, diverse, decrepit London can offer in terms of advice to Caracas? Well, Chavez gets another feather in his cap as an anti-imperialist, demonstrating that he cares for the poor of the west even where their own leaders let them down. As for Ken, he gets to smarm another real-life macho revolutionary. We wrote in February that the "shameless" Livingstone "has sucked up to left-leaning thugs for much of his political career: Chavez is just the latest in a rogue's gallery of Ken's Comrades which ranges from senior IRA terrorists to homophobic Islamist preachers. Even though his opponents in London have loudly criticised his deal with Chavez, Ken doesn't listen. It's another romantic-left poster boy for his collection."
What will Londoners make of the deal? Are they more or less likely to vote for Ken in the forthcoming elections because of his deal with Chavez? Conservative leaders attacked the Mayor, arguing that he should have gone to Britain's treasury if he needed cash for transport.
Most Londoners know little about Chavez or Venezuela. On the left, as we noted, there is some admiration for a man believed to be standing up to the US and reshaping in nation; on the right, he is seen as an irritant, by no means the worst threat out there and certainly not the worst leader to use oil money to cause mischief overseas. However, the next Mayoral election could be a close-run thing, as likely Conservative challenger Boris Johnson has captured the public's imagination like no other candidate since Livingstone did first time round.
Ken's people (and Labour in general) are rattled by Johnson's run. The public sees him as the acceptable face of Conservatism, an "affable buffoon" who doesn't play by the usual rules of politics. Labour doesn't like this, and has produced a Johnson File listing his gaffes, voting history and off-colour statements. Rather than the lovable rogue many believe him to be, they say, Boris is an establishment right-winger with archaic views on race, immigration and sexuality. Labour left wingers plan to "alert Londoners to his true nature" between now and the election. Will this scupper his campaign - or make him even more popular?
By
EURSOC Two
Published:
21 August, 2007
Details are finally emerging of the deal Venezuela's President Hugo Chavez struck with London's Mayor Ken Livingstone on providing subsidised fuel for Londoners. According to a report in today's Guardian, low-income Londoners will get half-price bus travel thanks to a 20 percent discount on fuel provided to London transport by Mr Chavez.
In return, London will provide Venezuela with its "expertise" on town planning, tourism, public transport and environmental protection. As anyone who has ever experienced London's town planning, tourism, public transport and environmental protection will testify, this is a fairly shitty deal for Venezuelans.
According to the deal, Oyster Card using single parents, carers, and long-term sick and disabled will pay just 50p per bus journey (still more than Parisians pay...). This will fall to 45p in winter.
The deal has been touted for some time, since President Chavez's visit to London last year. The President received a heroes welcome from London's Mayor and bien-pensant left, who seemed untroubled by his plans to revise the Venezuelan constitution in favour of his "socialist revolution" and his crackdown on critics in the media. His close friendship with controversial figures such as Iran's Holocaust-denying President Mahmoud Ahmadinejad worried more reflective left-wingers, but Chavez's fierce criticism of President George W Bush seems to outweigh any such worries among those on Livingstone's team.
EURSOC wondered earlier this year why one of the world's most prosperous cities needed to go cap in hand to one of the world's poorest countries for handouts. Venezuela's opposition agreed: Opposition leader Manuel Rosales said last November,
"I ask the (London) mayor not to commit that injustice to Venezuela... For me, it’s a crime that there is hunger, unemployment, poor services, hospitals that don’t work, roads that are a disaster — and the Government is giving away our wealth...Both the person giving it away and the person receiving it are sinning. Ethically, [Livingstone] should not accept it. In the name of Venezuela, we would ask him not to ruin the country any more.
“If London needed [the cheap oil], that would be one thing. But we’re talking about London here."
For a while earlier this year, it seemed that the Opposition's pleas were noticed: Chavez was widely expected to win the forthcoming election, but it did the "champion of the poor" no favours to be seen to be featherbedding Londoners when nearly forty percent of Venezuelans lived in absolute poverty. Low-income Londoners having trouble affording bus tickets are one thing: The millions of Venezuelans who don't know where their next meal is coming from would be a more pressing problem for a President, one would imagine.
Sure enough, the deal went cold for a while. A planned trip by Ken to Caracas to sign the deal was cancelled, though once Chavez got his landslide, the deal went ahead.
What's to gain from the deal, if financially it doesn't make much sense and there is little that rich, diverse, decrepit London can offer in terms of advice to Caracas? Well, Chavez gets another feather in his cap as an anti-imperialist, demonstrating that he cares for the poor of the west even where their own leaders let them down. As for Ken, he gets to smarm another real-life macho revolutionary. We wrote in February that the "shameless" Livingstone "has sucked up to left-leaning thugs for much of his political career: Chavez is just the latest in a rogue's gallery of Ken's Comrades which ranges from senior IRA terrorists to homophobic Islamist preachers. Even though his opponents in London have loudly criticised his deal with Chavez, Ken doesn't listen. It's another romantic-left poster boy for his collection."
What will Londoners make of the deal? Are they more or less likely to vote for Ken in the forthcoming elections because of his deal with Chavez? Conservative leaders attacked the Mayor, arguing that he should have gone to Britain's treasury if he needed cash for transport.
Most Londoners know little about Chavez or Venezuela. On the left, as we noted, there is some admiration for a man believed to be standing up to the US and reshaping in nation; on the right, he is seen as an irritant, by no means the worst threat out there and certainly not the worst leader to use oil money to cause mischief overseas. However, the next Mayoral election could be a close-run thing, as likely Conservative challenger Boris Johnson has captured the public's imagination like no other candidate since Livingstone did first time round.
Ken's people (and Labour in general) are rattled by Johnson's run. The public sees him as the acceptable face of Conservatism, an "affable buffoon" who doesn't play by the usual rules of politics. Labour doesn't like this, and has produced a Johnson File listing his gaffes, voting history and off-colour statements. Rather than the lovable rogue many believe him to be, they say, Boris is an establishment right-winger with archaic views on race, immigration and sexuality. Labour left wingers plan to "alert Londoners to his true nature" between now and the election. Will this scupper his campaign - or make him even more popular?
Friday, 21 December 2007
Sunday, 9 December 2007
Porque nao uso guarda-chuva
Da minha mesa no trabalho, sexta-feira passada, conecto os fones no computador e ouco o pessoal da Ipanema FM, da capital querida de todos os gauchos, anunciar: “Sao 7h10m e hoje a maxima prevista eh de 30ºc. Amanha a maxima sera 35ºc e a previsao eh de ceu claro tanto no sabado como no domingo."
Enquanto isso, o site do BBC Weather Centre, avisa: “O clima predominante na segunda-feira sera de chuvas intensas. A temperatura maxima sera de 7º c e a minima de 0ºc”. A semana nao comeca muito diferente do que foi o fim de semana. E assim sucessivamente. Londres, grosso modo, mantem-se nesses termos de outubro a marco.
Falar, ou reclamar, do tempo na Inglaterra eh quase uma codigo obrigatorio de conduta. Aprendi porque a previsao do tempo eh algo tao presente no cotidiano ingles. Ora, num pais em que os dias de sol sao raros, eh preciso um planejamento de larga antecedencia para qualquer programa outdoor.
O problema, porem, nao eh o frio, especialmente para pelotenses (eh um orgulho municipal acreditar, verdade ou nao, que a cidade figura entre as mais – ou a mais – umida do mundo, informacao relevante no final do pagina linkada). Certa vez conversei com a mae de um amigo aqui que, sendo natural de Arroio Grande e morando na Europa ha mais de 20 e no Reino Unido ha mais de 15, afirma sem pestanejar que Pelotas eh a cidade mais fria que ela ja viveu. Culpa da falta do heat, do chuveiro eletrico que nao aquece direito, do despreparo estrutural numa regiao do Brasil que esquece que nao eh tropical.
Assim, acostumado a lidar com o frio a la gauderia, o dificil mesmo eh a falta de sol, de claridade. Nesta segunda, por exemplo, o nascer do sol sera as 7h53 e o por-do-sol sera as 15h51. Se essas horas fossem efetivamente de sol, mesmo que esse seja o periodo exato em que se esta no escritorio, pelo menos teriamos a satisfacao de ver um ceu azul e se expor a uns timidos raios no horario de almoco, como muitas vezes ocorre no inverno do sub-tropico. Mas nao! Aqui o sol passa encoberto e com sorte nao havera vento ou a eterna garoa murrinha.
Por isso, sigo confiante e com base pratica para explicar porque nao uso guarda-chuva. O texto abaixo, de Mario Prata, publicado no Estadao em 94, compartilha meu entendimento. Londres e Pelotas definitivamente tem similaridades.
Enquanto isso, o site do BBC Weather Centre, avisa: “O clima predominante na segunda-feira sera de chuvas intensas. A temperatura maxima sera de 7º c e a minima de 0ºc”. A semana nao comeca muito diferente do que foi o fim de semana. E assim sucessivamente. Londres, grosso modo, mantem-se nesses termos de outubro a marco.
Falar, ou reclamar, do tempo na Inglaterra eh quase uma codigo obrigatorio de conduta. Aprendi porque a previsao do tempo eh algo tao presente no cotidiano ingles. Ora, num pais em que os dias de sol sao raros, eh preciso um planejamento de larga antecedencia para qualquer programa outdoor.
O problema, porem, nao eh o frio, especialmente para pelotenses (eh um orgulho municipal acreditar, verdade ou nao, que a cidade figura entre as mais – ou a mais – umida do mundo, informacao relevante no final do pagina linkada). Certa vez conversei com a mae de um amigo aqui que, sendo natural de Arroio Grande e morando na Europa ha mais de 20 e no Reino Unido ha mais de 15, afirma sem pestanejar que Pelotas eh a cidade mais fria que ela ja viveu. Culpa da falta do heat, do chuveiro eletrico que nao aquece direito, do despreparo estrutural numa regiao do Brasil que esquece que nao eh tropical.
Assim, acostumado a lidar com o frio a la gauderia, o dificil mesmo eh a falta de sol, de claridade. Nesta segunda, por exemplo, o nascer do sol sera as 7h53 e o por-do-sol sera as 15h51. Se essas horas fossem efetivamente de sol, mesmo que esse seja o periodo exato em que se esta no escritorio, pelo menos teriamos a satisfacao de ver um ceu azul e se expor a uns timidos raios no horario de almoco, como muitas vezes ocorre no inverno do sub-tropico. Mas nao! Aqui o sol passa encoberto e com sorte nao havera vento ou a eterna garoa murrinha.
Por isso, sigo confiante e com base pratica para explicar porque nao uso guarda-chuva. O texto abaixo, de Mario Prata, publicado no Estadao em 94, compartilha meu entendimento. Londres e Pelotas definitivamente tem similaridades.
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Why I do not use umbrella
At my desk, last Friday, I plug the earphones in the computer and hear the people from Ipanema FM, the beloved gaucho’s capital, announce: It is 7h10m and the max temperature today is 30ºc. Tomorrow the max is 35ºc and it will be sunny both on Saturday and Sunday.
Meanwhile, the BBC Weather Centre website warns: “Monday’s predominant weather forecast is to be heavy showers. The max day is 7º c and the min night 0ºc”. The week starts not differently from what the weekend was. And that is the way it goes. London, roughly speaking, keep itself in this way from October to march.
Speaking, or complaining, about the weather in England is almost a mandatory behavior code. I have learned why the forecast is something so intensely present in the English everyday life. Come now, in a country where the sun is a rare object, an advanced planning is needed for any outdoor program.
The problem, actually, is not the coldness. For pelotense people even less (it is a sort of local pride to believe, rather it is true or not, that Pelotas figures amongst the dampest cities – if not the dampest –in the world.) Once I talked to the mother of a friend here, who being from Arroio Grande, lived in Europe for over 20 years and currently living in the UK for over 15 years, has said without batting an eyelid that Pelotas is the coldest city she has ever lived. This is certainly the heat’s lack's fault, the electric shower rather the gas one, the precarius structure of a Brazilian region that forgets is not tropical.
Hence, accustomed to deal with the coldness a la gauderia, the hard part is the lack of sun, the lack of brightness. This Monday, for example the sunrise will be at 7h53 and the sunrise at 15h51.
If this period was of effective sun, even if this is the exact period one is at the office, we would at least have the satisfaction of seeing the blue sky and being able to expose to the shy sunshine at the lunch break, as many times occurs in the winter of the sub-tropic.
But not! Here, it is often cloudy and if we are lucky there will not be windy or drizzling.
Thus, I go confident and based on practical facts to explain why I do not use umbrella. The Mario Prata's text below, published in the Estadao in 1994 (only in Portuguese) shares my understanding. London and Pelotas definitely posse similarities.
At my desk, last Friday, I plug the earphones in the computer and hear the people from Ipanema FM, the beloved gaucho’s capital, announce: It is 7h10m and the max temperature today is 30ºc. Tomorrow the max is 35ºc and it will be sunny both on Saturday and Sunday.
Meanwhile, the BBC Weather Centre website warns: “Monday’s predominant weather forecast is to be heavy showers. The max day is 7º c and the min night 0ºc”. The week starts not differently from what the weekend was. And that is the way it goes. London, roughly speaking, keep itself in this way from October to march.
Speaking, or complaining, about the weather in England is almost a mandatory behavior code. I have learned why the forecast is something so intensely present in the English everyday life. Come now, in a country where the sun is a rare object, an advanced planning is needed for any outdoor program.
The problem, actually, is not the coldness. For pelotense people even less (it is a sort of local pride to believe, rather it is true or not, that Pelotas figures amongst the dampest cities – if not the dampest –in the world.) Once I talked to the mother of a friend here, who being from Arroio Grande, lived in Europe for over 20 years and currently living in the UK for over 15 years, has said without batting an eyelid that Pelotas is the coldest city she has ever lived. This is certainly the heat’s lack's fault, the electric shower rather the gas one, the precarius structure of a Brazilian region that forgets is not tropical.
Hence, accustomed to deal with the coldness a la gauderia, the hard part is the lack of sun, the lack of brightness. This Monday, for example the sunrise will be at 7h53 and the sunrise at 15h51.
If this period was of effective sun, even if this is the exact period one is at the office, we would at least have the satisfaction of seeing the blue sky and being able to expose to the shy sunshine at the lunch break, as many times occurs in the winter of the sub-tropic.
But not! Here, it is often cloudy and if we are lucky there will not be windy or drizzling.
Thus, I go confident and based on practical facts to explain why I do not use umbrella. The Mario Prata's text below, published in the Estadao in 1994 (only in Portuguese) shares my understanding. London and Pelotas definitely posse similarities.
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"GUARDA-CHUVA—Armação de varetas móveis, coberta de pano ou outro material, usada para resguardar as pessoas da chuva ou do sol. "Tá no mestre Aurélio.
Estamos quase no século 21. Nos últimos anos a informática mudou o mundo. Todas as ciências, todas as profissões, toda a sociedade foram beneficiadas por ela. O mundo evoluiu. Já conseguimos pousar até em Marte. Tudo é moderno. Mas, se você observar bem, vai perceber que um único objeto jamais se modernizou. É o mesmo desde que foi inventado. O guarda-chuva.
O guarda-chuva. Existe coisa mais antiga que o guarda-chuva? Desde que foi inventado é igual. Talvez nem tenha sido o homo sapiens quem tenha tido esta idéia primária. Talvez, antes, algum macaco, um dia, com a macaca, pegou umas folhas de palmeira, umas varetinhas, espetou um galho e foram namorar cantando na chuva. Com o mesmo guarda-chuva que Gene Kelly cantaria milhões e milhões de anos depois.
Observe a sua cidade num dia de chuva. Não parece que estamos nos anos 50? Ou menos? Não é satisfatório imaginar que este objeto que você abre quando chove foi usado um igualzinho pela Cleópatra, pelo Caim, pelo Matusalém, pelo D. Pedro I, pelo Maquiavel, pelo Tiradentes, pelo Einstein? Isso nos iguala ao resto da humanidade. E daqui a milhões de anos, estarão usando o mesmo guarda-chuva?
Estive na semana passada em Brasília. Choveu. Os brasilienses abriram seus guarda-chuvas. A cidade perdia o seu encanto de modernidade e ficava parecendo com a Rua Direita de qualquer cidade do mundo.
De uns tempos para cá inventaram uns que se dobram uma, duas vezes, coloca-se uma capinha, cabe na bolsa de qualquer um. Mas, quando se abre, fica igual ao usado por qualquer russo do século passado. Tem de pano, de plástico, de couro. Tem varetas de alumínio, de madeira, de silicone, até. Mudam o cabo. Fazem cabos retos, tortos, com bolotas na ponta. Mas são todos iguais. Tem preto, branco, colorido, tem até o do Banco Nacional. Tudo igual.E o pior é que a gente sempre se molha. Ou seja, é um objeto que não deu certo, definitivamente. E mais, entra-se com ele na casa dos outros, nos restaurantes nos cinemas e vamos logo molhando o chão alheio. E depois, onde colocar aquela coisa flácida, molhada, respinguenta? O incômodo está instalado. E o pior é que a chuva passa, você vai embora e esquece o guarda-chuva em algum lugar. Sempre.
Será que a ciência, tão adiantada para várias direções, nunca vai dar um jeito de inventar alguma coisa moderna, um líquido, por exemplo, que a gente daria uma espreizada e ficaria imune das gotas de água? Será que nunca poderemos dançar na chuva sem precisar de um guarda-chuva?
Sem falar no nome do objejo, que está errado. Porque, decididamente, ele não guarda chuva nenhuma. Talvez em espanhol tenha um nome melhor: paráguas.
Sem contar nos motivos de riso que, às vezes, tal objeto nos oferece. Lembro-me do enterro de um velho tio no interior. A viúva, já velhinha, foi de peruca para o sepultamento do marido. Quando o caixão estava descendo para a cova definitiva, caiu a maior tempestade. Um parente, ao lado da desconsolada, logo abriu o guarda-chuva para proteger a velhinha, que já estava toda molhada de sinceras lágrimas. E não é que a varetinha do velho objeto arrancou a peruca da velha? E nem o parente e nem a abalada viúva perceberam o incidente? A peruca ficou lá em cima, pendurada na varetinha, exposta à chuva torrencial. Mas as pessoas que estavam do outro lado da tumba não só viram o inusitado espetáculo como trocaram o choro sentido por gargalhadas ruidosas. Até o padre engasgou o seu latim. E a coitada da minha tia lá, toda molhada. E careca.
Estamos quase no século 21. Nos últimos anos a informática mudou o mundo. Todas as ciências, todas as profissões, toda a sociedade foram beneficiadas por ela. O mundo evoluiu. Já conseguimos pousar até em Marte. Tudo é moderno. Mas, se você observar bem, vai perceber que um único objeto jamais se modernizou. É o mesmo desde que foi inventado. O guarda-chuva.
O guarda-chuva. Existe coisa mais antiga que o guarda-chuva? Desde que foi inventado é igual. Talvez nem tenha sido o homo sapiens quem tenha tido esta idéia primária. Talvez, antes, algum macaco, um dia, com a macaca, pegou umas folhas de palmeira, umas varetinhas, espetou um galho e foram namorar cantando na chuva. Com o mesmo guarda-chuva que Gene Kelly cantaria milhões e milhões de anos depois.
Observe a sua cidade num dia de chuva. Não parece que estamos nos anos 50? Ou menos? Não é satisfatório imaginar que este objeto que você abre quando chove foi usado um igualzinho pela Cleópatra, pelo Caim, pelo Matusalém, pelo D. Pedro I, pelo Maquiavel, pelo Tiradentes, pelo Einstein? Isso nos iguala ao resto da humanidade. E daqui a milhões de anos, estarão usando o mesmo guarda-chuva?
Estive na semana passada em Brasília. Choveu. Os brasilienses abriram seus guarda-chuvas. A cidade perdia o seu encanto de modernidade e ficava parecendo com a Rua Direita de qualquer cidade do mundo.
De uns tempos para cá inventaram uns que se dobram uma, duas vezes, coloca-se uma capinha, cabe na bolsa de qualquer um. Mas, quando se abre, fica igual ao usado por qualquer russo do século passado. Tem de pano, de plástico, de couro. Tem varetas de alumínio, de madeira, de silicone, até. Mudam o cabo. Fazem cabos retos, tortos, com bolotas na ponta. Mas são todos iguais. Tem preto, branco, colorido, tem até o do Banco Nacional. Tudo igual.E o pior é que a gente sempre se molha. Ou seja, é um objeto que não deu certo, definitivamente. E mais, entra-se com ele na casa dos outros, nos restaurantes nos cinemas e vamos logo molhando o chão alheio. E depois, onde colocar aquela coisa flácida, molhada, respinguenta? O incômodo está instalado. E o pior é que a chuva passa, você vai embora e esquece o guarda-chuva em algum lugar. Sempre.
Será que a ciência, tão adiantada para várias direções, nunca vai dar um jeito de inventar alguma coisa moderna, um líquido, por exemplo, que a gente daria uma espreizada e ficaria imune das gotas de água? Será que nunca poderemos dançar na chuva sem precisar de um guarda-chuva?
Sem falar no nome do objejo, que está errado. Porque, decididamente, ele não guarda chuva nenhuma. Talvez em espanhol tenha um nome melhor: paráguas.
Sem contar nos motivos de riso que, às vezes, tal objeto nos oferece. Lembro-me do enterro de um velho tio no interior. A viúva, já velhinha, foi de peruca para o sepultamento do marido. Quando o caixão estava descendo para a cova definitiva, caiu a maior tempestade. Um parente, ao lado da desconsolada, logo abriu o guarda-chuva para proteger a velhinha, que já estava toda molhada de sinceras lágrimas. E não é que a varetinha do velho objeto arrancou a peruca da velha? E nem o parente e nem a abalada viúva perceberam o incidente? A peruca ficou lá em cima, pendurada na varetinha, exposta à chuva torrencial. Mas as pessoas que estavam do outro lado da tumba não só viram o inusitado espetáculo como trocaram o choro sentido por gargalhadas ruidosas. Até o padre engasgou o seu latim. E a coitada da minha tia lá, toda molhada. E careca.
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O que vale a pena na midia
Ignacio Ramonet, Fidel Castro, Le Monde e Por que ainda somos diferentes
Dificuldades economicas, imensa incompetencia burocrática, corrupcao em pequena escala generalizada, apagoes, transporte precario, racionamento, restricoes de certas liberdades. Essas sao algumas das “evidentes deficiencias” do regime cubano apontadas por Ignacio Ramonet durante sua palestra em Londres, em outubro, parte de uma serie de seminarios entitulada Cuba: Revolution in Flux e organizada pelo Insituto Internacional de Estudos Cubanos da Universidade Metropolitana de Londres.
Ramonet acaba de lancar o livro Cien horas con Fidel - que em ingles tem o pessimo titulo My Life e nao sei se ja ha titulo em portugues – fruto do que eh considerado a maior e mais completa entrevista que Fidel ja concedeu a um jornalista.
Acompanhei a discussao no predio da Holloway Road, que com disposicao para uma boa caminhada se chega em apenas 30-40 minutos daqui de casa, motivado tanto pelo tema como pelo palestrante. Ramonet, cujo nome reverberou pelo Brasil por ser uma das figuras-chave da organizacao do Forum Social Mundial, eh professor de Teoria da Comunicacao da Universidade Denis Diderot, em Paris, editor do mundialmente famoso Le Monde Diplomatique, um dos fundadores da ATTAC e atual diretor da ONG Media Watch Global.
Eis um rapido trecho da sua opiniao sobre o futuro cubano.
¿Qué ocurrirá cuando desaparezca, por causas naturales, el presidente cubano? Es obvio que se producirán cambios, ya que nadie en la estructura de poder (ni en el Estado, ni en el Partido, ni en las Fuerzas Armadas) posee su autoridad. Una autoridad que le confiere su cuádruple carácter de fundador del Estado, de teórico de la Revolución, de jefe militar victorioso y de conductor, desde hace 46 años, de la política de Cuba, a lo que muchos añaden otro rasgo distintivo: su condición de principal crítico y opositor de lo mal hecho.
Algunos analistas vaticinan que, como ocurrió en Europa del Este después de la caída del muro de Berlín, el régimen actual sería muy pronto derrocado. Se equivocan. Es muy poco probable que asistamos en Cuba a una transición semejante a la de Europa Oriental, donde un sistema impuesto desde el exterior y detestado por una parte importante de la población se desmoronó en muy poco tiempo.
Aunque no lo acepten los adversarios de Fidel Castro, la lealtad de la mayoría de los cubanos a la Revolución es una realidad política indiscutible. Y se trata de una lealtad fundamentada en un nacionalismo que, al contrario de lo que ocurrió en los países comunistas del Este europeo, tiene sus raíces en la resistencia histórica contra las ambiciones anexionistas o imperialistas de los Estados Unidos.
Le guste o no a sus detractores, Fidel Castro tiene un lugar reservado en el panteón mundial consagrado a las figuras que con más empeño lucharon por la justicia social y que más solidaridad derrocharon en favor de los oprimidos de la Tierra.
Por todas estas razones —a las que vino a añadirse, en marzo y abril de 2003, mi desacuerdo con las condenas a largas penas de unos 70 disidentes no violentos y el fusilamiento de tres secuestradores de un barco—, me parecía inconcebible que un dirigente de tal envergadura, criticado de modo tan feroz por muchos medios occidentales, no ofreciese su versión personal, su propio testimonio directo sobre los grandes combates que marcaron su existencia, y sobre las luchas en las que sigue enfrascado.
Fidel, que tantos discursos suele pronunciar, ha dado en su vida pocas entrevistas. Y sólo se han publicado cuatro conversaciones largas con él en cincuenta años. Con Gianni Miná —dos—, con Frei Betto y con Tomás Borge. Después de casi un año de espera, me hizo saber que aceptaba mi propuesta y que mantendría conmigo su quinta larga conversación, que al final resultó la más extensa y completa de cuantas ha concedido.
Ramonet acaba de lancar o livro Cien horas con Fidel - que em ingles tem o pessimo titulo My Life e nao sei se ja ha titulo em portugues – fruto do que eh considerado a maior e mais completa entrevista que Fidel ja concedeu a um jornalista.
Acompanhei a discussao no predio da Holloway Road, que com disposicao para uma boa caminhada se chega em apenas 30-40 minutos daqui de casa, motivado tanto pelo tema como pelo palestrante. Ramonet, cujo nome reverberou pelo Brasil por ser uma das figuras-chave da organizacao do Forum Social Mundial, eh professor de Teoria da Comunicacao da Universidade Denis Diderot, em Paris, editor do mundialmente famoso Le Monde Diplomatique, um dos fundadores da ATTAC e atual diretor da ONG Media Watch Global.
Eis um rapido trecho da sua opiniao sobre o futuro cubano.
¿Qué ocurrirá cuando desaparezca, por causas naturales, el presidente cubano? Es obvio que se producirán cambios, ya que nadie en la estructura de poder (ni en el Estado, ni en el Partido, ni en las Fuerzas Armadas) posee su autoridad. Una autoridad que le confiere su cuádruple carácter de fundador del Estado, de teórico de la Revolución, de jefe militar victorioso y de conductor, desde hace 46 años, de la política de Cuba, a lo que muchos añaden otro rasgo distintivo: su condición de principal crítico y opositor de lo mal hecho.
Algunos analistas vaticinan que, como ocurrió en Europa del Este después de la caída del muro de Berlín, el régimen actual sería muy pronto derrocado. Se equivocan. Es muy poco probable que asistamos en Cuba a una transición semejante a la de Europa Oriental, donde un sistema impuesto desde el exterior y detestado por una parte importante de la población se desmoronó en muy poco tiempo.
Aunque no lo acepten los adversarios de Fidel Castro, la lealtad de la mayoría de los cubanos a la Revolución es una realidad política indiscutible. Y se trata de una lealtad fundamentada en un nacionalismo que, al contrario de lo que ocurrió en los países comunistas del Este europeo, tiene sus raíces en la resistencia histórica contra las ambiciones anexionistas o imperialistas de los Estados Unidos.
Le guste o no a sus detractores, Fidel Castro tiene un lugar reservado en el panteón mundial consagrado a las figuras que con más empeño lucharon por la justicia social y que más solidaridad derrocharon en favor de los oprimidos de la Tierra.
Por todas estas razones —a las que vino a añadirse, en marzo y abril de 2003, mi desacuerdo con las condenas a largas penas de unos 70 disidentes no violentos y el fusilamiento de tres secuestradores de un barco—, me parecía inconcebible que un dirigente de tal envergadura, criticado de modo tan feroz por muchos medios occidentales, no ofreciese su versión personal, su propio testimonio directo sobre los grandes combates que marcaron su existencia, y sobre las luchas en las que sigue enfrascado.
Fidel, que tantos discursos suele pronunciar, ha dado en su vida pocas entrevistas. Y sólo se han publicado cuatro conversaciones largas con él en cincuenta años. Con Gianni Miná —dos—, con Frei Betto y con Tomás Borge. Después de casi un año de espera, me hizo saber que aceptaba mi propuesta y que mantendría conmigo su quinta larga conversación, que al final resultó la más extensa y completa de cuantas ha concedido.
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O texto completo da sua apresentacao em ingles e em espanhol esta disponivel aqui. Ramonet foi entrevistado pela Folha em novembro e, como vale a pena, coloco tambem o link da entrevista.
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Jornalismo Crítico
Na esteira do encontro com Ramonet, a outra boa noticia foi rencontrar o otimo website do Le Monde Diplomatique Brasil. Textos afiados, inteligentes, bem articulados, e criticos, sim criticos. Aqui uma breve explicacao.
Lançado em 1954, na França, e publicado hoje em 23 idiomas e 34 países, Le Monde Diplomatique tornou-se sinônimo de jornalismo crítico e sem concessões à superficialidade. Estas características assumiram, com a globalização de “pensamento único”, um novo sentido. No momento em que alguns afirmavam (com mórbido prazer...) a impossibilidade de alternativas, o jornal re-suscitava a idéia de que os cidadãos podem fazer opções políticas – e, por isso, têm direito a conhecer o mundo em que vivem. Não por acaso, jogou papel destacado no surgimento da idéia de cidadania planetária.
Na esteira do encontro com Ramonet, a outra boa noticia foi rencontrar o otimo website do Le Monde Diplomatique Brasil. Textos afiados, inteligentes, bem articulados, e criticos, sim criticos. Aqui uma breve explicacao.
Lançado em 1954, na França, e publicado hoje em 23 idiomas e 34 países, Le Monde Diplomatique tornou-se sinônimo de jornalismo crítico e sem concessões à superficialidade. Estas características assumiram, com a globalização de “pensamento único”, um novo sentido. No momento em que alguns afirmavam (com mórbido prazer...) a impossibilidade de alternativas, o jornal re-suscitava a idéia de que os cidadãos podem fazer opções políticas – e, por isso, têm direito a conhecer o mundo em que vivem. Não por acaso, jogou papel destacado no surgimento da idéia de cidadania planetária.
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Reproduzo aqui um intrigante e instigante texto que li no site do jornal-revista cujo link deixo em definitivo na minha lista de recomendacoes ao lado.
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POR QUE AINDA SOMOS DIFERENTES
Apoiado no fim do "socialismo real" e em certo desencanto com o governo do PT, o pensamento conservador alardeia o fim das fronteiras entre esquerda e direita. E no entanto, elas ressurgem em toda parte: por exemplo, na resistência ao Bolsa Família, às cotas nas universidades e à ação do MST
Cláudio César Dutra de Souza, Sílvia Ferabolli
Existem duas obras paradigmáticas à reflexão sobre a díade esquerda-direita, ambas publicadas em 1994: Direita e esquerda — razões e significados de uma distinção política, de Norberto Bobbio e Para além da esquerda e da direita, de Anthony Giddens. Os dois autores, cada qual à sua maneira, buscavam refletir sobre os rumos a serem tomados pelos órfãos do socialismo que, no imediato pós-Guerra Fria, estavam epistemologicamente enlutados pelo que percebiam ser o fim de suas utopias mais caras, ainda sob o impacto do mundialmente famoso artigo de Francis Fukuyama – "O fim da história e o último homem", (em ingles) de 1992. Bobbio defendia a legitimidade da díade esquerda-direita para analisar e entender o cenário político atual. Já Giddens acreditava que o mundo mudou radicalmente e que, por isso, os conceitos de esquerda e direita são anacrônicos. Fukuyama, por fim, dizia acreditar que a humanidade chegara ao seu estágio máximo de evolução com a universalização da democracia liberal ocidental.
Uma obra menos conhecida entre os brasileiros, até mesmo porque não foi traduzida para o português, é La Droite et la Gauche – Qu’est-ce qui les distingue encore? [A Direita e a Esquerda - O que ainda as distingue], de Claude Imbert, diretor de redação da revista Le Point e Jacques Juliard, articulista da revista francesa Nouvel Observateur. O livro, de 1995, é construído na forma de um diálogo respeitoso e construtivo entre dois amigos. Imbert representa o pensamento “de direita” e Julliard o pensamento “de esquerda”. Nessa obra, os autores apresentam um panorama crítico e intelectualmente impecável do que vem a ser a direita e a esquerda num mundo onde a clivagem ideológica bipolar não mais existe.
Podemos pensar que algumas bandeiras da esquerda tradicional sejam anacrônicas para a maioria dos países do "primeiro mundo", que já possuem redes de proteção social e uma política sólida de distribuição de renda, duramente conquistadas no período pós-Segunda Guerra.
Contudo, vemos na França de hoje uma repetição de discursos que nos são velhos conhecidos, enunciados pelo atual presidente Nicolas Sarkozy, acerca da ineficiência do Estado e da conseqüente necessidade de sua “modernização”. Se Madame Tatcher e Fernando Collor de Mello não estivessem vivos e gozando de boa saúde, era de se imaginar que estivessem encarnados no presidente francês. Ele busca, tardiamente, colocar a França nas regras ultrapassadas do Consenso de Washington, subtraindo da nação francesa um papel mais efetivo que pode, e deve, ter na discussão de alternativas ao modelo hegemônico da atualidade. Atlético, “jovem” e dinâmico, Sarkozy tenta passar a imagem do reformador valendo-se de estratégias discursivas perlocutórias, no intuito de induzir os cidadãos a concordar com a velha novidade de mudanças que visam agradar o sistema financeiro internacional.
Lula versus Chávez? Quem vê a esquerda sul-americana dividida "esquece" que a região não é homogênea
Na América Latina, por outro lado, os líderes de esquerda mais expressivos do momento, Evo Morales e Hugo Chavez, efetuam o retorno a um discurso castrista que, na visão de muitos analistas, é um anacronismo impensável dentro de padrões contemporâneos. Mas de qual contemporaneidade estamos falando? Um capitalismo predatório só pode ser amenizado com uma esquerda mais incisiva. Talvez estejamos assistindo, em tempo real, um conjunto de situações históricas de um passado que insiste em se fazer presente. Posto que a situação sócio-política da América Latina difere, e muito, daquela dos países desenvolvidos, podemos perguntar aos críticos de Chavez e Morales se conhecem as bases absurdamente arcaicas que o capitalismo ainda possui nesses países e o trabalho que seus chefes de Estado vêm fazendo no sentido de resgatar sua soberania, o poder sobre seus recursos naturais e sua dignidade no cenário internacional.
A propósito dessas diferenças, em um badalado artigo publicado na Foreing Affairs, em 2006, Jorge Castañeda se propôs a explicar ao público leitor de língua inglesa que existem duas esquerdas na América Latina – uma moderna e outra populista. O primeiro grupo teria em Lula e na presidente chilena Michelle Bachelet seus principais representantes; o segundo, seria encabeçado por Chávez e Morales. O que talvez tenha escapado à compreensão de Castañeda é que o Brasil e o Chile são países mais modernos e desenvolvidos do que o são a Venezuela e a Bolívia. Portanto, é de se esperar que nos dois primeiros a esquerda tenha modernizado seu discurso e sua plataforma. Já na Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, e na Venezuela, que vive quase que exclusivamente de renda de petróleo, o suposto populismo do qual seus governantes são constantemente acusados talvez seja uma resposta ao populismo fundamentalista de mercado que varreu a América Latina no período crítico da globalização e que piorou significativamente os índices sociais dos países mais vulneráveis ou mais adesistas às novas orientações — como a Argentina, por exemplo.
Falando especificamente da realidade brasileira, após a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder, as forças de esquerda passaram por uma séria crise de identidade, quase como um processo de luto da utopia perdida. Aquilo que esperavam do primeiro governo de esquerda brasileiro não se concretizou — ou seja, um reforma estrutural profunda em relação às regras rígidas do neoliberalismo mundial. Não foram poucos os intelectuais que se alternaram em posições ora extremamente críticas, ora extremamente lenientes, na avaliação do governo Lula, principalmente nos eventos recentes. Se levarmos em conta as opiniões dominantes na grande mídia, o Brasil enfim teria descoberto a corrupção, o clientelismo e outras práticas supostamente nascidas com o governo petista — malgrado os quinhentos anos de “cultura da cordialidade” que parecem ter sido esquecidos pelos neo-oposicionistas do momento.
No Brasil, cotas nas universidades e Bolsa-Família despertam o elitismo arraigado entre as elites
No Brasil contemporâneo, a díade esquerda/direita adquire caracteres bem mais amplos e sutis do que a possibilidade de uma mudança radical de um modo de produção capitalista para uma economia socialista. Existem componentes periféricos que não podem ser negligenciados nesse debate. Cabe à esquerda ficar alerta às tentativas de distorção e neutralização de seu conteúdo programático, que freqüentemente chegam disfarçadas em cientificismos, pseudo-humanismos e uma gama infinita de argumentos retóricos e assustadoramente tributários do senso comum. Ao reconhecermos as diferenças entre os sistemas econômicos de exclusão dos países latino-americanos, estendemos o nosso olhar à necessidade imperiosa de ações que revejam o legado capitalista em nossa história.
Elas se dão na forma de algumas proposições políticas atuais que enfrentam um alto grau de reação por parte da mídia e da inteligentsia brasileira. Convidam a perguntar o que nos faz atores políticos de esquerda em um país como o Brasil, que não empreende medidas rupturais profundas em relação ao seu modelo econômico — e possui sérias limitações internacionais de atuação?
Pensamos que o posicionamento de um cidadão frente a cotas nas universidades públicas, programa Bolsa Família e reforma agrária é um bom indicativo de suas posições políticas: se são de esquerda, ou de direita. Acreditamos que o engajamento de esquerda no Brasil passa (não exclusivamente, mas necessariamente) pelo posicionamento favorável a essas políticas. Ser a favor, nem sempre significa ser 100% a favor. Não esperamos que alguém seja ingênuo para pensar que a política de cotas, o programa Bolsa Família (PBF) e a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em prol da reforma agrária não sejam passíveis de críticas. Mas essas não podem paralisar um debate maior sobre a brutal desigualdade social brasileira.
A atual política de cotas envolve importantes mudanças políticas rumo à redução de desigualdades históricas. Isso não significa que as cotas irão apagar, como num passe de mágica, os séculos de exploração e injustiças praticadas contra os afro-descendentes brasileiros. Mas representam, sim, um avanço importantíssimo que provoca reações incríveis por parte daqueles que compõem a nossa direita.
Os Diogos Mainardis, alimentos permanentes ao preconceito contra a modesta redistribuição de riqueza
Recorre-se ao conceito de meritocracia para negar a validade da política de cotas. Ora, desde quando a meritocracia reina neste país? Se respondermos positivamente a essa pergunta, seremos forçosamente conduzidos a uma conclusão evidente de que pobres e negros estão na situação vulnerável em que se encontram por sua própria culpa, e que nossas elites trabalharam duro para chegar onde estão – no topo da pirâmide de um país com um dos piores níveis de distribuição de renda do mundo.
Assistimos, espantados, as mais sofisticadas descobertas científicas que revelam a forte carga genética européia contida em nossos negros, que não seriam tão negros quanto pensam e, logo, a política de cotas seria uma fraude. Outros alegam, alarmados, a introdução oficial do racismo no Brasil, a incitação ao ódio inter-racial e outras pérolas. Elas denunciam um mal-estar significativo frente à hipótese de um negro sentar-se ao lado daqueles que julgam ocupar o lugar de núcleo pensante de nossas universidades públicas por conta, única e exclusivamente, de seus méritos. E a situação poderá ficar pior, caso nossos negros, além de tudo, queiram dar uma outra interpretação à nossa história: não aquela positivista, heróica e branca, em um país cuja dívida com índios, negros, pardos e mulatos ainda precisa ser paga.
Outro argumento contrário à política de cotas baseia-se no entendimento de que deveríamos melhorar a educação de base, para que egressos de escolas públicas e privadas estivessem em nível de igualdade ao fim do Ensino Médio. Certamente essa é uma ótima idéia, mas quantas décadas, ou mesmo séculos, precisaríamos esperar para que pudéssemos presenciar os resultados dessa medida? Esse tipo de proposta parece um típico discurso brasileiro utilizado quando se quer deixar as coisas como estão: alegar a necessidade de algo mais profundo quando se tem a urgência de algo imediato. O resultado final é que, geralmente, nada é feito.
Outro passo coerente é o posicionamento em relação ao Programa Bolsa Família (PBF), que efetua uma transferência direta em favor das famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 60,01 a R$ 120,00) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 60,00), de acordo com a Lei 10.836, de 9 de janeiro de 2004 e o Decreto nº 5.749, de 11 de abril de 2006. Novamente, nesse caso, assistimos à santa indignação. Afirma-se que o ideal seria um programa de geração de empregos; que o PBF é esmola e estimula a vadiagem de quem, ao invés de produzir, contenta-se com o dinheiro “fácil” recebido mensalmente. Em um país que ocupa uma posição vergonhosa em termos de distribuição de renda — o décimo mais desigual do mundo — não deveria uma solução dessas ser aplaudida como algo que visa reduzir minimamente a nossa brutal desigualdade? Não é ao menos um paliativo, já que Estado de bem-estar social nunca tivemos, dada a percepção da facção fundamentalista de nossos liberais, para quem pobre só é pobre porque vagabundo? Para entender como se processa essa apreensão tão rasteira da realidade, temos as colunas do caricato Diogo Mainardi e seus seguidores, que fornecem dados semanais à ignorância e ao preconceito de nossos conservadores anônimos, ou nem tanto.
Resgate da dignidade dos mais pobres: o que a mídia faz questão de esconder sobre o MST
O Bolsa Família restitui a dignidade de muitas famílias que são beneficiadas pelo programa. Sim, mas existem distorções, dirão alguns, “tem gente que está trabalhando e ainda assim está inscrito no PBF, recebendo regularmente o benefício”. Logo, o programa deve ser extinto. Dentro dessa linha de raciocínio, deveríamos extinguir também o INSS, o SUS, quem sabe até o Congresso Nacional, e todas as instituições passíveis de corrupção nesse país e deixar o incorruptível e isento mercado dar o rumo às nossas vidas – embora os liberais mais esclarecidos já não compactuem com semelhante discurso.
Não ignoramos a urgência de medidas que visem a resolução estrutural de problemas nacionais e que tornariam desnecessário o Bolsa Família, tais como a redução nas taxas de juros, a criação de novos postos de trabalho com o incentivo ao capital produtivo entre outras medidas de médio e longo prazo. Contudo, não são excludentes à aceitação do PBF como uma medida eficaz de redução da desigualdade em curto prazo.
E, finalmente, a reforma agrária e sua expressão maior no país: o MST, que, para alguns (de esquerda), simboliza a luta pela justiça no campo, e para outros (de direita), são os Talibãs tupiniquins, inimigos do agro-business, ameaças à sacra propriedade privada e aos latifúndios formados “meritoriamente” no decorrer de nossa história. O MST é internacionalmente conhecido e respeitado como o maior e mais organizado movimento pela reforma agrária do mundo. Mas aqui, os sem-terra são demonizados pela grande mídia, que se concentra tão somente no fato de haver ocupações de terra, cuja violência é sempre parte da reação dos fazendeiros na proteção de seus direitos sagrados à terra de que o próprio Deus parece ter-lhes passado a escritura.
Jamais se mostra, em qualquer mídia, o trabalho social engendrado pelo movimento, que ajuda pessoas em estado de miserabilidade total, alcoolistas e candidatos ao lumpensinato, rumo ao pertencimento a um grupo e ao compartilhamento do sonho de uma vida mais digna.
Não se está negando que o MST cometa alguns excessos e que possui falhas – são suficientemente denunciados casos de famílias que ganham terra, vendem e voltam de novo para a fila. Mas como esperar, em um país onde todas as instituições de Estado são falhas, que um movimento social seja perfeito? Nossa situação agrária é herdeira do passado colonial desse país. Nossos latifúndios prosperaram durante séculos com a mão de obra de escravos que foram jogados à margem da sociedade quando da mudança para a mão de obra assalariada e européia (não é difícil perceber a relação entre a luta pela reforma agrária e as políticas de cotas ...).
A essa situação agrária retrógrada e concentradora de renda e a esses latifúndios cuja construção histórica passou longe de qualquer meritocracia, o MST é uma justa resposta. Vem exercendo uma resistência pacífica contra a injusta distribuição de terras, denunciando ao Brasil e ao mundo há décadas que somos um país vergonhosamente desigual.
A díade esquerda/direita está mais viva do que nunca, ainda que exista um imenso esforço rumo a um consenso centrista radical que nega a validade de posicionamentos mais assertivos. Michel Foucault afirmava que “onde há poder, há resistência”. Quanto mais vertical e impermeável se apresenta esse poder, mais se necessitam ações que não obstruam um tensionamento político necessário para que os dados continuem rolando, sob pena de cair no totalitarismo em suas múltiplas formas.Direitos não são concessões, são conquistas. Talvez atores políticos como Hugo Chavez e Evo Morales e programas de cotas, PBF e reforma agrária nos termos propostos pelo MST não sejam indicados no Canadá, Noruega, Inglaterra e outros países onde o capitalismo se mostra mais domesticado e reformado. Mas dentro da realidade brasileira e latino-americana, essas ações sustentadas pela esquerda e pela maioria de seus apoiadores tornam-se uma real esperança de superação de desigualdades. Que seja dispensáveis, no futuro. Atualmente, são imprescindíveis
Cláudio César Dutra de Souza, Sílvia Ferabolli
Existem duas obras paradigmáticas à reflexão sobre a díade esquerda-direita, ambas publicadas em 1994: Direita e esquerda — razões e significados de uma distinção política, de Norberto Bobbio e Para além da esquerda e da direita, de Anthony Giddens. Os dois autores, cada qual à sua maneira, buscavam refletir sobre os rumos a serem tomados pelos órfãos do socialismo que, no imediato pós-Guerra Fria, estavam epistemologicamente enlutados pelo que percebiam ser o fim de suas utopias mais caras, ainda sob o impacto do mundialmente famoso artigo de Francis Fukuyama – "O fim da história e o último homem", (em ingles) de 1992. Bobbio defendia a legitimidade da díade esquerda-direita para analisar e entender o cenário político atual. Já Giddens acreditava que o mundo mudou radicalmente e que, por isso, os conceitos de esquerda e direita são anacrônicos. Fukuyama, por fim, dizia acreditar que a humanidade chegara ao seu estágio máximo de evolução com a universalização da democracia liberal ocidental.
Uma obra menos conhecida entre os brasileiros, até mesmo porque não foi traduzida para o português, é La Droite et la Gauche – Qu’est-ce qui les distingue encore? [A Direita e a Esquerda - O que ainda as distingue], de Claude Imbert, diretor de redação da revista Le Point e Jacques Juliard, articulista da revista francesa Nouvel Observateur. O livro, de 1995, é construído na forma de um diálogo respeitoso e construtivo entre dois amigos. Imbert representa o pensamento “de direita” e Julliard o pensamento “de esquerda”. Nessa obra, os autores apresentam um panorama crítico e intelectualmente impecável do que vem a ser a direita e a esquerda num mundo onde a clivagem ideológica bipolar não mais existe.
Podemos pensar que algumas bandeiras da esquerda tradicional sejam anacrônicas para a maioria dos países do "primeiro mundo", que já possuem redes de proteção social e uma política sólida de distribuição de renda, duramente conquistadas no período pós-Segunda Guerra.
Contudo, vemos na França de hoje uma repetição de discursos que nos são velhos conhecidos, enunciados pelo atual presidente Nicolas Sarkozy, acerca da ineficiência do Estado e da conseqüente necessidade de sua “modernização”. Se Madame Tatcher e Fernando Collor de Mello não estivessem vivos e gozando de boa saúde, era de se imaginar que estivessem encarnados no presidente francês. Ele busca, tardiamente, colocar a França nas regras ultrapassadas do Consenso de Washington, subtraindo da nação francesa um papel mais efetivo que pode, e deve, ter na discussão de alternativas ao modelo hegemônico da atualidade. Atlético, “jovem” e dinâmico, Sarkozy tenta passar a imagem do reformador valendo-se de estratégias discursivas perlocutórias, no intuito de induzir os cidadãos a concordar com a velha novidade de mudanças que visam agradar o sistema financeiro internacional.
Lula versus Chávez? Quem vê a esquerda sul-americana dividida "esquece" que a região não é homogênea
Na América Latina, por outro lado, os líderes de esquerda mais expressivos do momento, Evo Morales e Hugo Chavez, efetuam o retorno a um discurso castrista que, na visão de muitos analistas, é um anacronismo impensável dentro de padrões contemporâneos. Mas de qual contemporaneidade estamos falando? Um capitalismo predatório só pode ser amenizado com uma esquerda mais incisiva. Talvez estejamos assistindo, em tempo real, um conjunto de situações históricas de um passado que insiste em se fazer presente. Posto que a situação sócio-política da América Latina difere, e muito, daquela dos países desenvolvidos, podemos perguntar aos críticos de Chavez e Morales se conhecem as bases absurdamente arcaicas que o capitalismo ainda possui nesses países e o trabalho que seus chefes de Estado vêm fazendo no sentido de resgatar sua soberania, o poder sobre seus recursos naturais e sua dignidade no cenário internacional.
A propósito dessas diferenças, em um badalado artigo publicado na Foreing Affairs, em 2006, Jorge Castañeda se propôs a explicar ao público leitor de língua inglesa que existem duas esquerdas na América Latina – uma moderna e outra populista. O primeiro grupo teria em Lula e na presidente chilena Michelle Bachelet seus principais representantes; o segundo, seria encabeçado por Chávez e Morales. O que talvez tenha escapado à compreensão de Castañeda é que o Brasil e o Chile são países mais modernos e desenvolvidos do que o são a Venezuela e a Bolívia. Portanto, é de se esperar que nos dois primeiros a esquerda tenha modernizado seu discurso e sua plataforma. Já na Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, e na Venezuela, que vive quase que exclusivamente de renda de petróleo, o suposto populismo do qual seus governantes são constantemente acusados talvez seja uma resposta ao populismo fundamentalista de mercado que varreu a América Latina no período crítico da globalização e que piorou significativamente os índices sociais dos países mais vulneráveis ou mais adesistas às novas orientações — como a Argentina, por exemplo.
Falando especificamente da realidade brasileira, após a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder, as forças de esquerda passaram por uma séria crise de identidade, quase como um processo de luto da utopia perdida. Aquilo que esperavam do primeiro governo de esquerda brasileiro não se concretizou — ou seja, um reforma estrutural profunda em relação às regras rígidas do neoliberalismo mundial. Não foram poucos os intelectuais que se alternaram em posições ora extremamente críticas, ora extremamente lenientes, na avaliação do governo Lula, principalmente nos eventos recentes. Se levarmos em conta as opiniões dominantes na grande mídia, o Brasil enfim teria descoberto a corrupção, o clientelismo e outras práticas supostamente nascidas com o governo petista — malgrado os quinhentos anos de “cultura da cordialidade” que parecem ter sido esquecidos pelos neo-oposicionistas do momento.
No Brasil, cotas nas universidades e Bolsa-Família despertam o elitismo arraigado entre as elites
No Brasil contemporâneo, a díade esquerda/direita adquire caracteres bem mais amplos e sutis do que a possibilidade de uma mudança radical de um modo de produção capitalista para uma economia socialista. Existem componentes periféricos que não podem ser negligenciados nesse debate. Cabe à esquerda ficar alerta às tentativas de distorção e neutralização de seu conteúdo programático, que freqüentemente chegam disfarçadas em cientificismos, pseudo-humanismos e uma gama infinita de argumentos retóricos e assustadoramente tributários do senso comum. Ao reconhecermos as diferenças entre os sistemas econômicos de exclusão dos países latino-americanos, estendemos o nosso olhar à necessidade imperiosa de ações que revejam o legado capitalista em nossa história.
Elas se dão na forma de algumas proposições políticas atuais que enfrentam um alto grau de reação por parte da mídia e da inteligentsia brasileira. Convidam a perguntar o que nos faz atores políticos de esquerda em um país como o Brasil, que não empreende medidas rupturais profundas em relação ao seu modelo econômico — e possui sérias limitações internacionais de atuação?
Pensamos que o posicionamento de um cidadão frente a cotas nas universidades públicas, programa Bolsa Família e reforma agrária é um bom indicativo de suas posições políticas: se são de esquerda, ou de direita. Acreditamos que o engajamento de esquerda no Brasil passa (não exclusivamente, mas necessariamente) pelo posicionamento favorável a essas políticas. Ser a favor, nem sempre significa ser 100% a favor. Não esperamos que alguém seja ingênuo para pensar que a política de cotas, o programa Bolsa Família (PBF) e a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em prol da reforma agrária não sejam passíveis de críticas. Mas essas não podem paralisar um debate maior sobre a brutal desigualdade social brasileira.
A atual política de cotas envolve importantes mudanças políticas rumo à redução de desigualdades históricas. Isso não significa que as cotas irão apagar, como num passe de mágica, os séculos de exploração e injustiças praticadas contra os afro-descendentes brasileiros. Mas representam, sim, um avanço importantíssimo que provoca reações incríveis por parte daqueles que compõem a nossa direita.
Os Diogos Mainardis, alimentos permanentes ao preconceito contra a modesta redistribuição de riqueza
Recorre-se ao conceito de meritocracia para negar a validade da política de cotas. Ora, desde quando a meritocracia reina neste país? Se respondermos positivamente a essa pergunta, seremos forçosamente conduzidos a uma conclusão evidente de que pobres e negros estão na situação vulnerável em que se encontram por sua própria culpa, e que nossas elites trabalharam duro para chegar onde estão – no topo da pirâmide de um país com um dos piores níveis de distribuição de renda do mundo.
Assistimos, espantados, as mais sofisticadas descobertas científicas que revelam a forte carga genética européia contida em nossos negros, que não seriam tão negros quanto pensam e, logo, a política de cotas seria uma fraude. Outros alegam, alarmados, a introdução oficial do racismo no Brasil, a incitação ao ódio inter-racial e outras pérolas. Elas denunciam um mal-estar significativo frente à hipótese de um negro sentar-se ao lado daqueles que julgam ocupar o lugar de núcleo pensante de nossas universidades públicas por conta, única e exclusivamente, de seus méritos. E a situação poderá ficar pior, caso nossos negros, além de tudo, queiram dar uma outra interpretação à nossa história: não aquela positivista, heróica e branca, em um país cuja dívida com índios, negros, pardos e mulatos ainda precisa ser paga.
Outro argumento contrário à política de cotas baseia-se no entendimento de que deveríamos melhorar a educação de base, para que egressos de escolas públicas e privadas estivessem em nível de igualdade ao fim do Ensino Médio. Certamente essa é uma ótima idéia, mas quantas décadas, ou mesmo séculos, precisaríamos esperar para que pudéssemos presenciar os resultados dessa medida? Esse tipo de proposta parece um típico discurso brasileiro utilizado quando se quer deixar as coisas como estão: alegar a necessidade de algo mais profundo quando se tem a urgência de algo imediato. O resultado final é que, geralmente, nada é feito.
Outro passo coerente é o posicionamento em relação ao Programa Bolsa Família (PBF), que efetua uma transferência direta em favor das famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 60,01 a R$ 120,00) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 60,00), de acordo com a Lei 10.836, de 9 de janeiro de 2004 e o Decreto nº 5.749, de 11 de abril de 2006. Novamente, nesse caso, assistimos à santa indignação. Afirma-se que o ideal seria um programa de geração de empregos; que o PBF é esmola e estimula a vadiagem de quem, ao invés de produzir, contenta-se com o dinheiro “fácil” recebido mensalmente. Em um país que ocupa uma posição vergonhosa em termos de distribuição de renda — o décimo mais desigual do mundo — não deveria uma solução dessas ser aplaudida como algo que visa reduzir minimamente a nossa brutal desigualdade? Não é ao menos um paliativo, já que Estado de bem-estar social nunca tivemos, dada a percepção da facção fundamentalista de nossos liberais, para quem pobre só é pobre porque vagabundo? Para entender como se processa essa apreensão tão rasteira da realidade, temos as colunas do caricato Diogo Mainardi e seus seguidores, que fornecem dados semanais à ignorância e ao preconceito de nossos conservadores anônimos, ou nem tanto.
Resgate da dignidade dos mais pobres: o que a mídia faz questão de esconder sobre o MST
O Bolsa Família restitui a dignidade de muitas famílias que são beneficiadas pelo programa. Sim, mas existem distorções, dirão alguns, “tem gente que está trabalhando e ainda assim está inscrito no PBF, recebendo regularmente o benefício”. Logo, o programa deve ser extinto. Dentro dessa linha de raciocínio, deveríamos extinguir também o INSS, o SUS, quem sabe até o Congresso Nacional, e todas as instituições passíveis de corrupção nesse país e deixar o incorruptível e isento mercado dar o rumo às nossas vidas – embora os liberais mais esclarecidos já não compactuem com semelhante discurso.
Não ignoramos a urgência de medidas que visem a resolução estrutural de problemas nacionais e que tornariam desnecessário o Bolsa Família, tais como a redução nas taxas de juros, a criação de novos postos de trabalho com o incentivo ao capital produtivo entre outras medidas de médio e longo prazo. Contudo, não são excludentes à aceitação do PBF como uma medida eficaz de redução da desigualdade em curto prazo.
E, finalmente, a reforma agrária e sua expressão maior no país: o MST, que, para alguns (de esquerda), simboliza a luta pela justiça no campo, e para outros (de direita), são os Talibãs tupiniquins, inimigos do agro-business, ameaças à sacra propriedade privada e aos latifúndios formados “meritoriamente” no decorrer de nossa história. O MST é internacionalmente conhecido e respeitado como o maior e mais organizado movimento pela reforma agrária do mundo. Mas aqui, os sem-terra são demonizados pela grande mídia, que se concentra tão somente no fato de haver ocupações de terra, cuja violência é sempre parte da reação dos fazendeiros na proteção de seus direitos sagrados à terra de que o próprio Deus parece ter-lhes passado a escritura.
Jamais se mostra, em qualquer mídia, o trabalho social engendrado pelo movimento, que ajuda pessoas em estado de miserabilidade total, alcoolistas e candidatos ao lumpensinato, rumo ao pertencimento a um grupo e ao compartilhamento do sonho de uma vida mais digna.
Não se está negando que o MST cometa alguns excessos e que possui falhas – são suficientemente denunciados casos de famílias que ganham terra, vendem e voltam de novo para a fila. Mas como esperar, em um país onde todas as instituições de Estado são falhas, que um movimento social seja perfeito? Nossa situação agrária é herdeira do passado colonial desse país. Nossos latifúndios prosperaram durante séculos com a mão de obra de escravos que foram jogados à margem da sociedade quando da mudança para a mão de obra assalariada e européia (não é difícil perceber a relação entre a luta pela reforma agrária e as políticas de cotas ...).
A essa situação agrária retrógrada e concentradora de renda e a esses latifúndios cuja construção histórica passou longe de qualquer meritocracia, o MST é uma justa resposta. Vem exercendo uma resistência pacífica contra a injusta distribuição de terras, denunciando ao Brasil e ao mundo há décadas que somos um país vergonhosamente desigual.
A díade esquerda/direita está mais viva do que nunca, ainda que exista um imenso esforço rumo a um consenso centrista radical que nega a validade de posicionamentos mais assertivos. Michel Foucault afirmava que “onde há poder, há resistência”. Quanto mais vertical e impermeável se apresenta esse poder, mais se necessitam ações que não obstruam um tensionamento político necessário para que os dados continuem rolando, sob pena de cair no totalitarismo em suas múltiplas formas.Direitos não são concessões, são conquistas. Talvez atores políticos como Hugo Chavez e Evo Morales e programas de cotas, PBF e reforma agrária nos termos propostos pelo MST não sejam indicados no Canadá, Noruega, Inglaterra e outros países onde o capitalismo se mostra mais domesticado e reformado. Mas dentro da realidade brasileira e latino-americana, essas ações sustentadas pela esquerda e pela maioria de seus apoiadores tornam-se uma real esperança de superação de desigualdades. Que seja dispensáveis, no futuro. Atualmente, são imprescindíveis
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O que vale a pena na midia
Friday, 7 December 2007
Ate um ano atras eu tinha cabelo comprido
Meu primeiro aniversario! Foram 10 anos, d-e-z anos. No terceiro ano do antigo Segundo Grau, resolvi ser cabeludo, coisa que ja havia tentado dois anos antes, no inicio do curso (talvez eu quisesse ser um adolescente cool...). Mas gostei, identifiquei-me e permaneci com as madeixas. Atravessei maneiras de pensar mantendo o estilo. Virou parte da identidade, da indicacao para reconhecer, integrado ao que sou/era como outra caracteristica fisica que nao se pode mudar, como alto ou baixo.
Cortei o cabelo ha exato um ano. Ja alentava a ideia um ano antes. Era hora. Mudar por mudar, por tedio, por conforto estetico e psicologico. Talvez este ultimo fosse o mais importante. As vezes me olhava e nao me via mais cabeludo. Fiz uma sessao de fotos do ato. A Silvia foi quem registrou todas as reflexoes e caretas diante do espelho. Curioso ouvir as reacoes das pessoas aqui que nao me conheceram um ano antes. Dizem que nao conseguem me imaginar com curly long hair. Vejam soh! Quando eu dizia para alguns amigos no Brasil que eu pensava em dar fim ao estereotipo muitos diziam que nao conseguiam me imaginar de cabelo curto. Muitos ainda nao me viram deste novo jeito (!) e talvez nem saibam que o cabelo, semioticamente definidor de mim mesmo, agora jaz numa caixa no meu antigo guarda-roupa em Pelotas. Hoje estou bem a vontade, acostumado, embora ainda coloque uma quantidade exagerada de shampoo, use condicionador e as vezes ainda tente amarrar o cabelo inexistente.
Cortei, porque, como Mercedes Sosa e Violeta Parra ensinaram:"Cambia, todo cambia. Cambia el cabello el anciano y así como todo cambia que yo cambie no es extraño. Pero no cambia mi amor por mas lejos que me encuentre ni el recuerdo ni el dolor de mi pueblo y de mi gente."
Cortei o cabelo ha exato um ano. Ja alentava a ideia um ano antes. Era hora. Mudar por mudar, por tedio, por conforto estetico e psicologico. Talvez este ultimo fosse o mais importante. As vezes me olhava e nao me via mais cabeludo. Fiz uma sessao de fotos do ato. A Silvia foi quem registrou todas as reflexoes e caretas diante do espelho. Curioso ouvir as reacoes das pessoas aqui que nao me conheceram um ano antes. Dizem que nao conseguem me imaginar com curly long hair. Vejam soh! Quando eu dizia para alguns amigos no Brasil que eu pensava em dar fim ao estereotipo muitos diziam que nao conseguiam me imaginar de cabelo curto. Muitos ainda nao me viram deste novo jeito (!) e talvez nem saibam que o cabelo, semioticamente definidor de mim mesmo, agora jaz numa caixa no meu antigo guarda-roupa em Pelotas. Hoje estou bem a vontade, acostumado, embora ainda coloque uma quantidade exagerada de shampoo, use condicionador e as vezes ainda tente amarrar o cabelo inexistente.
Cortei, porque, como Mercedes Sosa e Violeta Parra ensinaram:"Cambia, todo cambia. Cambia el cabello el anciano y así como todo cambia que yo cambie no es extraño. Pero no cambia mi amor por mas lejos que me encuentre ni el recuerdo ni el dolor de mi pueblo y de mi gente."
It has been one year since I had my hair cut
My first anniversary! It had been 10 years, t-e-n years. In the third year of High School, I decided I would have long hair, which was something that I had already attempted two years earlier, at the beginning of high school (perhaps I wanted to be a sort of cool teenager…). The second attempt was the definitive one and I kept my long haired locks for all those years. I had gone through different ways of thinking throughout life always retaining this style. It had become part of my identity, an easy way for people to refer to me, something integrated to what I am/was as other physical characteristics which are not possible to change such as the height.
It has been exactly one year since the day I cut my hair. The idea had been growing inside of me for a year. It was time! I changed for the sake of changing, for boredom, for aesthetical and psychological comfort. I believe that the last factor is the most important one. At times I looked at myself and I did not see me as long haired man anymore. And the act was visually recorded. Silvia photographed all of the thoughtful and grimaces before the mirror. It was amusing to hear the Londoners’ reaction who hadn’t met a year earlier. They say they can’t picture me with curly long hair. Imagine! When I used to say to some friends back in Brazil that I was thinking of putting an end to the stereotype, many said they could not visualize me with short hair. Many haven’t see me in this new way (!) yet and many may not even know my hair (a semiotic definition of myself), which now lies in a box inside my former wardrobe in Pelotas. Today I am at ease and used to it, although I still put an exaggerated amount of shampoo on my head, use conditioner and at times try to tie up the inexistent hair.
I had it cut because, as Mercedes Sosa and Violeta Parra have taught::"Cambia, todo cambia. Cambia el cabello el anciano y así como todo cambia que yo cambie no es extraño. Pero no cambia mi amor por mas lejos que me encuentre ni el recuerdo ni el dolor de mi pueblo y de mi gente."
It has been exactly one year since the day I cut my hair. The idea had been growing inside of me for a year. It was time! I changed for the sake of changing, for boredom, for aesthetical and psychological comfort. I believe that the last factor is the most important one. At times I looked at myself and I did not see me as long haired man anymore. And the act was visually recorded. Silvia photographed all of the thoughtful and grimaces before the mirror. It was amusing to hear the Londoners’ reaction who hadn’t met a year earlier. They say they can’t picture me with curly long hair. Imagine! When I used to say to some friends back in Brazil that I was thinking of putting an end to the stereotype, many said they could not visualize me with short hair. Many haven’t see me in this new way (!) yet and many may not even know my hair (a semiotic definition of myself), which now lies in a box inside my former wardrobe in Pelotas. Today I am at ease and used to it, although I still put an exaggerated amount of shampoo on my head, use conditioner and at times try to tie up the inexistent hair.
I had it cut because, as Mercedes Sosa and Violeta Parra have taught::"Cambia, todo cambia. Cambia el cabello el anciano y así como todo cambia que yo cambie no es extraño. Pero no cambia mi amor por mas lejos que me encuentre ni el recuerdo ni el dolor de mi pueblo y de mi gente."
Thursday, 6 December 2007
A common little note one sees around an English office... (2)
"Our boiler has cut out 4 times today. But it has been running fine all afternoon.
In addition, the hot water to the kitchen (which comes from the boiler) has cut out.
This could be a problem with insufficient water pressure; or it could be a fault with the boiler.
My guess is that it’s a water pressure problem given that the heating has worked all afternoon. But if we continue to have problems tomorrow, we’ll investigate further to see if there is a general water pressure problem, or if we nee to get the plumber in."
In addition, the hot water to the kitchen (which comes from the boiler) has cut out.
This could be a problem with insufficient water pressure; or it could be a fault with the boiler.
My guess is that it’s a water pressure problem given that the heating has worked all afternoon. But if we continue to have problems tomorrow, we’ll investigate further to see if there is a general water pressure problem, or if we nee to get the plumber in."
An e-mail one gets, sometimes, in an English office...
Hi Aleks
Many thanks for doing this. I have made a few changes, please see attached document.
Tara and you must be the calmest and best organised seminar organisers! I don't know how you think of everything whilst remaining cheerful at all times.
Saludos
Felicity
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Tuesday, 27 November 2007
From my window in Albion Road (2)
Scenes, passers-by, figures, actions, landscape, odds, foxes and colours on a regular basis from my window in Albion Road.
(Some day of 2007)
(Some day of 2007)
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Ainda falando em musica
o documentario da BBC 4 na sexta-feira passada realmente mereceu a indicacao aqui feita. A historia do pais apresentada - mesmo - atraves da musica, livre de cliches e mostrando porque e como alguns estereotipos foram formados sem deixar, quando necessario, de usa-los.
Com uma linguagem acessivel, nao se resumiu, por exemplo, a dizer que o samba eh o resultado de modinhas portuguesas com ritmos africanos, mas mostrou como a equacao surgiu e ocorreu, passando inclusive pelos lacos com o candomble. Ou ao falar de bossa nova, dissecou porque o ritmo foi chamado de jazz brasileiro, apontando as controversias e criticas.
Bem presumivel que se trate de o registro em video de um estudo academico pelo cuidado teorico e tipo de texto.
Ainda ha duas outras partes da serie nas sextas-feiras que se seguem. (hum, ouca soh que aliteracao interessante de "s's"...).
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Monday, 26 November 2007
E Paco esteve aqui! (e "eu fui")
Nas ruas de Atenas no inicio de setembro vi um cartaz vermelho, com caracteres, gregos, ininteligiveis onde apenas uma silhueta e um nome diziam tudo o que eu precisava entender. Paco de Lucia estava em nova turne! Ele tocou por lah no dia 11 daquele mes e a “gira” 2007 incluiu muitos outros lugares na Europa, Russia, Turquia e varias cidades nos Estados Unidos. Ainda assim, ao voltar da Grecia, demorei para me dar conta de que ele provavelmente viria a Londres. Foi um amigo espanhol que me mostrou que Paco estaria, dia 22, no Royal Festival Hall. Ele esteve e eu tambem! Paguei, caro, mas assisti ao vivo, sozinho e introspectivamente a um virtuoso, ao instrumentista cujo disco ouvi pela primeira vez por acaso na casa de uma amiga em Pelotas quando nunca imaginaria que poderia ouvi-lo in locu, ouvir o Flamenco tocado por Paco de Lucia(veja video).
Palmas, vocal cru e suave das duas cantoras. Ele austero, imponente. Paco nao falou quase nada. Eleapenas tocou com a esmerada tecnica, paixao e consciencia criativa que fez do seu nome, em um mesmo tempo, simbolo da tradicao e da inovacao do Flamenco.
Nao ha nada demais que eu possa acrescentar em termos criticos sobre Paco, mas precisava registrar, com orgulho, que eu assisti Paco de Lucia. Ole!
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ERA PRA SER UM SONETO...
You know what Lenin said about Beethoven's Appassionata?
If I keep listening to it, I won't finish the revolution
Can anyone who has heard this music, I mean truly heard it, really be a bad person?
Definitivamente, o melhor filme que assisti nos ultimos tempos. A frase,quase chavao, foi dita por uma serie de pessoas cuja opiniao vale a pena ouvir com as quais conversei a respeito de The Life of the Others. E eu assino embaixo e reproduzo o comentario porque sair do cinema inspirado, reflexivo, emocionado e com animo para discutir o tema e o filme durante todo o caminho de volta para casa nao ocorre todos os dias. Entrou para a lista de cabeceira porque era pra ser um soneto...(nao eh, De?)
Tuesday, 20 November 2007
Ja tenho programa para esta sexta a noite
O documentario da BBC 4 (vide post abaixo,) sera uma serie de tres episodios em que o principal eixo eh apresentar o pais como algo que nao pode ser separado da sua musica. O guia de cultura do The Guardian, sempre encartado aos sabados, tambem destaca o programa lembrando que atualmente a ideia romantica de samba e bossa nova encontra-se em clubes chiques das grandes cidades, mas a musica "pumping out" das favelas (como foi o samba) eh o funk. A serie ira apresentar um panorama historico, destacando Carmem Miranda e Elza Soares na primeira parte. Porem, outros exemplares do que hoje eh o considerado o mais notorio da poderosa e - em muitos sentidos - controversa musica brasileira nas paginas do mais importante jornal do Reino Unido eh Ivete Sangalo e MVBill. "Ambos sao partes da beleza de um pais com imensa disparidade economica e terrivel legado de violencia e opressao. A musica deles reflete a contradicao do pais e sua multifacetada realidade", explica o jornal.
Pode chover bastante na sexta a noite porque certamente vou estar com o heat e a TV ligados acompanhado de uma pontada de nostalgia.
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"BRASIL,BRASIL" on BBC4 from Friday 23 november 2007
BBC FOUR presents a comprehensive review of Brazilian music and history in this new three-part series. Written and produced by The Guardian and Newsnight's Robin Denselow, Brasil, Brasil offers a detailed account of the years in which Brazilian music has evolved and constantly changed, while capturing the global imagination. Filmed at Brazil's massive carnival celebrations, in the lawless favelas, the extraordinary maracatu ceremonies of the northern countryside, and in the music clubs of Salvador and Rio, these three, hour-long films chronicle Brazilian music from the birth of samba right through to the hip-hop, baile and funk scenes.
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Sunday, 18 November 2007
Eu disse que a traducao do texto abaixo viria logo
Com sua nova e melhor coletanea de hits (apropriadamente entitulada Mothership) alcando voo nas paradas desta semana e com, ate o momento, 20 milhoes de pessoas na tentativa de conseguir um ingresso para o show de reuniao da banda no dia dez de dezembro, Led Zeppelin esta outra vez no topo da agenda do rock. Nada mal para uma banda que tocou pela ultima vez ha quase 28 anos.
Por que, voce deve estar se perguntando, existe todo esse interesse? Colocando isso de forma simples, Led eh a melhor banda de rock de todos os tempos. Antes que voce comece a gritar: “E que tal os Beatles/Stones?” diante da tela do computador, eh melhor eu ir direto para algumas definicoes.
Por que, voce deve estar se perguntando, existe todo esse interesse? Colocando isso de forma simples, Led eh a melhor banda de rock de todos os tempos. Antes que voce comece a gritar: “E que tal os Beatles/Stones?” diante da tela do computador, eh melhor eu ir direto para algumas definicoes.
OS BEATLES NAO FAZEM MEXER
Os Beatles nao eram, mesmo, uma banda de rock. Nisso nao ha nenhum tipo de critica ou coisa do genero. Eh apenas a constatacao de um fato. A parte seu material inicial, a musica dos Beatles envolve a mente e as emocoes mais do que o corpo. Em outras palavras, eles nao deixam voce com vontade de fazer caretas e se sacudir. Indo direto ao ponto, eles sao brilhantes, mas nao sexy. Eles nao fazem o “rock”.
Os Beatles nao eram, mesmo, uma banda de rock. Nisso nao ha nenhum tipo de critica ou coisa do genero. Eh apenas a constatacao de um fato. A parte seu material inicial, a musica dos Beatles envolve a mente e as emocoes mais do que o corpo. Em outras palavras, eles nao deixam voce com vontade de fazer caretas e se sacudir. Indo direto ao ponto, eles sao brilhantes, mas nao sexy. Eles nao fazem o “rock”.
OS STONES SAO POP
Os Stones apresentam um problema um pouquinho maior. A musica deles embala de uma maneira incontestavel. Mas eles nao pertencem a mesma categoria musical do Led porque os sao, em ultima instancia, uma banda pop. Eu, absolutamente, nao pretendo afirmar isso da forma negativa com que o termo eh frequentemente utilizado. Pop eh a abreviatura para popular e isso eh tudo. Os Stones sao provavelmente os melhores praticantes da assimilacao de diversas influencias (tudo desde o blues, o country, o disco e o funk), colocando, assim, o proprio selo neles mesmos e tornando-se popular.
Os Stones apresentam um problema um pouquinho maior. A musica deles embala de uma maneira incontestavel. Mas eles nao pertencem a mesma categoria musical do Led porque os sao, em ultima instancia, uma banda pop. Eu, absolutamente, nao pretendo afirmar isso da forma negativa com que o termo eh frequentemente utilizado. Pop eh a abreviatura para popular e isso eh tudo. Os Stones sao provavelmente os melhores praticantes da assimilacao de diversas influencias (tudo desde o blues, o country, o disco e o funk), colocando, assim, o proprio selo neles mesmos e tornando-se popular.
Entretanto, uma coisa que os Stones nunca fizeram foi definirem um genero. O Led, ao contrario, fez isso porque nao se trata apenas de uma banda de rock, eles SAO rock. Eles levaram adiante a musica que iniciou com Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, and of course Elvis (rock and roll, basicamente) para sua conclusao logica. Eles empurraram suas partes constituintes como o sacudir-se, a forca e o volume ate o limite e ao fazer isso nao deixaram espaco para ninguem mais exceto a parodia, que eh uma maneira legal de dizer heavy metal (o Led nao era metal, eles podem ate ter ajudado a desovar o genero, mas eles nao incorporaram isso). Isso nao quer dizer que nada digno de nota foi feito desde entao. Punk, New Wave, Indi, Britpop e todas as outras formas baseadas em guitarra que se encontram sob o mesmo guarda-chuva do rock produziram um fantastico som ao longo dos anos, mas neles, invariavelmente, falta a qualidade que deixa voce com vontade de fazer as tais caretas e, francamente, entrar no balanco.Keith Richards gosta de dizer, “Todos falam sobre rock hoje em dia; o problema eh que eles esquecem sobre o roll”, e ele esta absolutamente certo.
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Traducciones Translations
A common little note one sees around an English office...
"This shredder should only be used for 15 mins continuously, before turning off and allowing approx. 20 minutes for the unit to cool down. Repeated over use, causes the blades to crack and wear, resulting in breakdown.
Please do not put more than 15 sheets in the machine at any one time, as this also causes repeated jamming; which if left can break the machine.
The unit needed repair for the above reason several times in the last few weeks.
Thank you for your cooperation"
Please do not put more than 15 sheets in the machine at any one time, as this also causes repeated jamming; which if left can break the machine.
The unit needed repair for the above reason several times in the last few weeks.
Thank you for your cooperation"
Friday, 16 November 2007
PORQUE LED EH A MELHOR BANDA DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS
Diga que eh cliche, ou exagero, ou que fui capturado pela massiva propaganda e apelo comercial e tudo mais o que voce quiser criticar. Led, apesar de tambem existir The Who, sempre foi a melhor banda na minha humilde opiniao. Eu nao vou ser um dos privilegiados (ou milionarios, ou especuladores, ou nostalgicos de uma epoca que nem vivi...) que assistira a reuniao, mas concordo em varios generos, alguns numeros e outros graus com o texto em ingles abaixo que de maneira simples, mas eficiente, resumiu porque "pagamos pau" para o Led.
Prometo que vou traduzi-lo as soon as possible.
Ah, o namorado da minha flatmate, que eh brasileiro, garcom num restaurante em Camdem Town, viu, apertou a mao e pegou um autografo (nao gosto de autografos tampouco, mas...) do senhor Plant esta semana!!!
Fiz esta pausa nos posts sobre o seminario que a OWA organizou (e no qual eu trabalhei, com muito prazer, pra caramba) porque o Led Zeppelin merece!
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WHY ZEP ARE THE GREATEST ROCK BAND EVER
(BY JAMES HURLEY, MSN UK MUSIC EDITOR)
With a new greatest hits collection (the appropriately titled Mothership) flying up the charts this week and a reported 20 million people having applied for tickets to their December 10 reunion gig, Led Zeppelin are once again top of the rock agenda. Not bad for a band who played their last proper gig almost 28 years ago.
Why, you might well ask yourself, is there such interest? Well, put simply, Zep are the greatest rock band of all time; they exist in a class of one. Before you start screaming "What about the Beatles/Stones?" at your screen, I'd better get some definitions out of the way.
BEATLES DOES NOT ROCK
The Beatles weren't really a rock band at all. This isn't intended as any sort of criticism whatsoever, it's just a statement of fact. Their earliest material aside, The Beatles' music engages the mind and the emotions rather than the body. Or in other words, it doesn't make you want to pull a funk face and shake it. If we're getting right down to basics, it's brilliant but it isn't sexy. It doesn't rock.
The Beatles weren't really a rock band at all. This isn't intended as any sort of criticism whatsoever, it's just a statement of fact. Their earliest material aside, The Beatles' music engages the mind and the emotions rather than the body. Or in other words, it doesn't make you want to pull a funk face and shake it. If we're getting right down to basics, it's brilliant but it isn't sexy. It doesn't rock.
STONES ARE A POP BAND
The Stones present a bit more of a problem. Their best music rocks in a way that is undeniable. Yet they don't belong in the same musical category as Led Zeppelin because the Stones are ultimately a pop band. I absolutely don't mean this in the negative way that phrase is often used. Pop is short for popular, that's all, and the Stones are perhaps the greatest ever practitioners of assimilating diverse influences (everything from blues to country to disco to funk), putting their own stamp on them, and making them popular.
The Stones present a bit more of a problem. Their best music rocks in a way that is undeniable. Yet they don't belong in the same musical category as Led Zeppelin because the Stones are ultimately a pop band. I absolutely don't mean this in the negative way that phrase is often used. Pop is short for popular, that's all, and the Stones are perhaps the greatest ever practitioners of assimilating diverse influences (everything from blues to country to disco to funk), putting their own stamp on them, and making them popular.
However, one thing the Stones have never done is define a genre. Zeppelin, on the other hand, have because Zeppelin aren't just a rock band, they ARE rock. They took the music that began with Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, and of course Elvis (rock and roll, basically) to its logical conclusion.
They took its constituent parts of swagger, power, raunch, and volume, pushed every one of them to the limit, and in doing so left nowhere for anyone else to go but sexless parody, which is a nice way of saying heavy metal (Zeppelin were NOT metal - they may have helped spawn the genre but they didn't embody it).
This isn't to say that nothing noteworthy has happened since. Punk, New Wave, Indie, Britpop and all the other guitar-based forms which fall under the umbrella term of 'rock' have produced some wonderful music over the years but they invariably lack the quality that makes you want to pull your funk face and, frankly, get jiggy with it.
Keith Richards is fond of saying, "Everyone talks about rock these days; the problem is they forget about the roll", and he's absolutely right.
However hard they rocked, Zeppelin never forgot the roll.
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Wednesday, 14 November 2007
THE DIALOGUE
A delegation of women leaders from Asia, Africa and Central America has met in London to share their experiences about how they made a positive difference in politics in their respective countries. Just Politics: Women Transforming Political Spaces, a dialogue organised by One World Action, took place at the MIC Hotel and Conference Centre in Euston on November 5 and 6. It was attended by women in government and civil society from Tanzania, Mozambique, the Philippines, Indonesia, El Salvador, Bolivia, South Africa and Zambia. The participants will share and explore strategies towards transforming politics with women councillors, members of the Greater London Assembly and women representativs from research institution NGOs and government.
The Dialogue's participants exchanged views on the factors that hinder and help women make a difference in formal and informal politics, and later put forward concrete proposals on how women can be both effective and accountable within positions of power. The participants then proceeded to Brussels, in Belgium, where they met with various committees in the European Commission in order to advance specific advocacies from their home countries.
The Dialogue is the second in a series of exchanges organised by One World Action to address the theme of women’s political participation. The first gathering was in March of this year, with the theme Democratic Governance: organising for social inclusion and equity. One World Action hopes to build on the learnings gleaned from these events and maintain the linkages built among women from various political arenas here and abroad.
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Friday, 2 November 2007
JUST POLITICS: WOMEN TRANSFORMING POLITICAL SPACES
Research has shown that women's political participation and representation in decision-making can lower levels of women's poverty(1). The recognition of the need for women's political participation to improve governance is becoming quite prevalent in development thinking. Justice for women requires sustainable democratic governance.
Over the last decade or so, there have been some dramatic increases in the number of women being elected to the panchayat (institutionalised grassroots democratic structures) in India and the thousands elected at local level in Bangladesh, and the election of women to around 30 percent of seats in South Africa's national, provincial and local legislatures. Slowly all over the world the number of women standing for and being elected to political decision-making structures is growing. Womer are claiming the space to speak, and the power to decide and act. This is inspiring.
(1) Baden,S.,2000, Gender, Governance and the Feminazation of Poverty, Women and Political Participation: 21st Century Challenges, New York: UNDP
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Los estudios de investigacion han demostrado que la participacion de las mujeres en politica y su representacion en los procesos de toma de decision, puede contribuir a reducir los niveles de pobreza feminina. En el ambito de la cooperacion para el desarollo se esta reconociendo cada vez mas la necesidad de la participacion politic de las mujeres para mejorar la gobernabilidad. La justicia para las mujeres requiere una gobernabilidad democratica sustentable.
En la ultima decada ha aumentado considerablemente el numero de mujeres que se han incorporado a las estructuras politicas, por ejemplo, los millones de mujeres elegidas para los panchayat en India y los miles de mujeres elegidas a nivel local en Bangladesh, asi como en Sudafrica, donde el 30% de los escanos en las asembleas nacional, provincial y local es ocupado por mujeres. Poco a poco crece en todo el mundo el numero de mujeres que se presentan como candidatas y que son elegidas en las estructuras politicas. Las mujeres reivindican espacios para hacerse oir y reclaman el poder de decidir y actuar. Esto es una tendencia alentadora.
Over the last decade or so, there have been some dramatic increases in the number of women being elected to the panchayat (institutionalised grassroots democratic structures) in India and the thousands elected at local level in Bangladesh, and the election of women to around 30 percent of seats in South Africa's national, provincial and local legislatures. Slowly all over the world the number of women standing for and being elected to political decision-making structures is growing. Womer are claiming the space to speak, and the power to decide and act. This is inspiring.
(1) Baden,S.,2000, Gender, Governance and the Feminazation of Poverty, Women and Political Participation: 21st Century Challenges, New York: UNDP
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Los estudios de investigacion han demostrado que la participacion de las mujeres en politica y su representacion en los procesos de toma de decision, puede contribuir a reducir los niveles de pobreza feminina. En el ambito de la cooperacion para el desarollo se esta reconociendo cada vez mas la necesidad de la participacion politic de las mujeres para mejorar la gobernabilidad. La justicia para las mujeres requiere una gobernabilidad democratica sustentable.
En la ultima decada ha aumentado considerablemente el numero de mujeres que se han incorporado a las estructuras politicas, por ejemplo, los millones de mujeres elegidas para los panchayat en India y los miles de mujeres elegidas a nivel local en Bangladesh, asi como en Sudafrica, donde el 30% de los escanos en las asembleas nacional, provincial y local es ocupado por mujeres. Poco a poco crece en todo el mundo el numero de mujeres que se presentan como candidatas y que son elegidas en las estructuras politicas. Las mujeres reivindican espacios para hacerse oir y reclaman el poder de decidir y actuar. Esto es una tendencia alentadora.
Beyond the numbers / Mas alla de los numeros
But we know that the numbers are not enough. What is required is a critical mass of women who will work to transform the political structures, their agendas and priorities. Beyond the numbers is the need for transformational women's leadership, which is not only transformationl in style, but has economic, political and social transformation as its goal.
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Pero sabemos que las cifras por si solas no bastan. Lo que hace falta es una masa critica de mujeres que trabajen para transformar tanto las estructuras politicas como sus agendas y prioridades. Mas alla de las cifras esta la necesidad de que el liderazgo de las mujeres sea transformador, pero no solo en cuanto al estilo, sino que ademas ese liderazgo tenga un claro objetivo de transformacion economica, politica y social.
From my window in Albion Road
Scenes, passers-by, figures, actions, landscape, odds, foxes and colours on a regular basis from my window in Albion Road.
(Some day of September 2007)
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Thursday, 25 October 2007
Foreigner-only prisons used to speed deportation
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Two prisons in England are holding only foreign nationals to speed up their deportation, a minister admitted today.
The justice minister David Hanson said the policy was an attempt to speed up deportation in a "cost-effective and efficient" way.
The two all-male jails are Bullwood Hall in Hockley, Essex, which holds 154 prisoners, and Canterbury prison, which holds 284 men serving less than four years.
"What we're trying to do is to have an experiment to see whether we can speed up the deportation of foreign national prisoners, particularly those coming towards the end of their sentence," Mr Hanson told BBC Breakfast.
"And the two prisons particularly have immigration officials working with them very closely, five in each prison, to help speed up the deportation of prisoners when they come to the end of their sentence.
"We've actually increased the level of deportation quite significantly over the past two years. Two years ago 1,500 prisoners were deported, last year 2,500, this year, in line with the prime minister's commitment, we're on target to achieve 4,000."
Mr Hanson said there were agreements in place with more than 100 countries for prisoners to serve their sentences in their home countries.
"But we can't just deport individuals on receiving their sentence in all cases, because there are a range of issues relating to that," he said.
Mr Hanson said the two prisons had been focusing exclusively on foreign nationals for about 18 months and the experiment was "working well". He said there were around 11,000 foreign criminals across the prison system.
The justice minister rejected the idea that foreign prisoners could be given short sentences so they could be removed from Britain more quickly.
"Foreign national prisoners are no different than any other prisoner," said Mr Hanson. "If they've committed a crime in England and Wales they will be sentenced to the sentence they would get, whether they were British, or Czech or Polish or any other nationality."
He told BBC's Radio 4's Today programme that he did not know whether the trial would be extended "because we are evaluating it".
And he said there had been "no attempt to keep the matter secret".
"When parliament asked questions, we talked about foreign prisoners. The local press in Kent and Essex has been briefed on this topic."
The shadow justice secretary, Nick Herbert, said he did not object to foreign prisoners being kept in different jails.
"The problem is why haven't more of them been deported, at a time when the prisons are chock-a-block full," he told GMTV.
Frances Crook, of the Howard League for Penal Reform, told the programme that many of those being held were EU nationals who could return to the UK if they were deported.
Two prisons in England are holding only foreign nationals to speed up their deportation, a minister admitted today.
The justice minister David Hanson said the policy was an attempt to speed up deportation in a "cost-effective and efficient" way.
The two all-male jails are Bullwood Hall in Hockley, Essex, which holds 154 prisoners, and Canterbury prison, which holds 284 men serving less than four years.
"What we're trying to do is to have an experiment to see whether we can speed up the deportation of foreign national prisoners, particularly those coming towards the end of their sentence," Mr Hanson told BBC Breakfast.
"And the two prisons particularly have immigration officials working with them very closely, five in each prison, to help speed up the deportation of prisoners when they come to the end of their sentence.
"We've actually increased the level of deportation quite significantly over the past two years. Two years ago 1,500 prisoners were deported, last year 2,500, this year, in line with the prime minister's commitment, we're on target to achieve 4,000."
Mr Hanson said there were agreements in place with more than 100 countries for prisoners to serve their sentences in their home countries.
"But we can't just deport individuals on receiving their sentence in all cases, because there are a range of issues relating to that," he said.
Mr Hanson said the two prisons had been focusing exclusively on foreign nationals for about 18 months and the experiment was "working well". He said there were around 11,000 foreign criminals across the prison system.
The justice minister rejected the idea that foreign prisoners could be given short sentences so they could be removed from Britain more quickly.
"Foreign national prisoners are no different than any other prisoner," said Mr Hanson. "If they've committed a crime in England and Wales they will be sentenced to the sentence they would get, whether they were British, or Czech or Polish or any other nationality."
He told BBC's Radio 4's Today programme that he did not know whether the trial would be extended "because we are evaluating it".
And he said there had been "no attempt to keep the matter secret".
"When parliament asked questions, we talked about foreign prisoners. The local press in Kent and Essex has been briefed on this topic."
The shadow justice secretary, Nick Herbert, said he did not object to foreign prisoners being kept in different jails.
"The problem is why haven't more of them been deported, at a time when the prisons are chock-a-block full," he told GMTV.
Frances Crook, of the Howard League for Penal Reform, told the programme that many of those being held were EU nationals who could return to the UK if they were deported.
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Life in London
Falando em Canterbury / Speaking about Canterbury
Falando em prisoes, como no recente post abaixo sobre o “bruxo” argelino que conheci num onibus ha poucos meses, a Inglaterra agora decidiu fazer duas de suas penitenciarias exclusivas para criminosos estrangeiros. Uma delas e justamente a de Canterbury, onde Mohammed esteve preso por dois anos. O pais quer tentar apressar o processo de deportacao dos que resolveram tentar um negocinho diferente por aqui e ja aumentou em mil o numero de deportacoes do ano passado para ca. Te cuida Mohammed! Acompanhe a noticia do The Guardian sobre o assunto.
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Speaking about jails, as showed in the recent post below about the “dude” I met the other day few months ago on the bus, England has decided that two national prisons will hold only convicted foreigners. One of those jails is precisely Canterbury, where Mohammed was retained for two years. England expects to speed up the deportation process of those who have tried to run a different business down here and this year has increased the deportation in one thousand case from last year. Watch out, Mohammed! See the news from The Guardian.
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Life in London
Tuesday, 16 October 2007
Destroy Athens, build up Porto Alegre
(*by Evanthia Tselika)
As Rio Grande do Sul sees the 7th year of the Merco Sul Art Bienal in Porto Allegre, the people of Athens saw their first contemporary Art Bienal open on the 11th of September 2007. Many of you might find that bewildering: that the birth place of Fidias, Ictinus and Aeschylus (architets of Acropolis) has for the first time held what has been a developing global trend for some time in the International Art Market, a Biennial. A Biennial: the term evolved from the fact that it is an event that takes place every two years, and many times it is referred to as Bienniale, the Italian counterpart.
The Venice Bienniale, is one of the most renowned in the world and has been established since 1895. Thus in what has been maimed as the cradle of Western civilization, Destroy Athens arrives, in Technotopos, in Gazi, an industrial area of the city, close to the center. The space is large and the entry into the first exhibit, a large small room with crumbling walls does not prepare one for the maze that follows on. Keeping very much with the prevalent themes that appear to concern contemporary European artists at the present moment, we are encountered with the crumbling environment, the human destruction of nature and other humans, questions of history, memory and identity. The Biennial followed the ideas that in order to take part in the international movement of artistic practices, local work has to be portrayed but in a setting where it can be internationally accessed. Athens seems to be a location according to the organizers that is “ideal”, “as it does not seem to ever coincide with the ceaselessly shifting borders between centre and periphery, a fact which provides an oversight of both the centre and the periphery”.
Both biennales are ending on the 18th of November and both include artists from all over the world, representative of the international art market systems that allow some artists to rise to a level of global visibility and exclude others. In the 2007 Merco Sul Biennial work by British born artist Francis Alys can be found. Francis Alys’s work that focuses on urban voyeurism can be found in acclaimed institutions around the world, including the largest British contemporary art institution Tate Modern. Aris Marcopoulos is another artist whose work focuses on urban procedures, but from a very different angle: his photographs show skateboard and snowboard culture, the graffiti and the youth that accompanies these notions. The Netherlands born Greek photographer portrays the links that are created by events such as these ones that connect different sides of the world and create dialogues that facilitate creation.
Globalization produces connections and benefits that can be easily disputed depending on which viewpoint you assume. But the instigation of dialogue that it allows through creative processes is one of the aspects that trigger the production of contemporary art. So even if you have no connection with the art world, being part of these international dialogues that are established through the Biennials that take place around the world, make one realize the fact that distances and time are becoming increasingly compressed in the contemporary world.
Both biennales are ending on the 18th of November and both include artists from all over the world, representative of the international art market systems that allow some artists to rise to a level of global visibility and exclude others. In the 2007 Merco Sul Biennial work by British born artist Francis Alys can be found. Francis Alys’s work that focuses on urban voyeurism can be found in acclaimed institutions around the world, including the largest British contemporary art institution Tate Modern. Aris Marcopoulos is another artist whose work focuses on urban procedures, but from a very different angle: his photographs show skateboard and snowboard culture, the graffiti and the youth that accompanies these notions. The Netherlands born Greek photographer portrays the links that are created by events such as these ones that connect different sides of the world and create dialogues that facilitate creation.
Globalization produces connections and benefits that can be easily disputed depending on which viewpoint you assume. But the instigation of dialogue that it allows through creative processes is one of the aspects that trigger the production of contemporary art. So even if you have no connection with the art world, being part of these international dialogues that are established through the Biennials that take place around the world, make one realize the fact that distances and time are becoming increasingly compressed in the contemporary world.
*Evanthia Tselika is an art critic born in Athens, Greece. She holds a degree in Visual Art from Goldsmith University, in London and a Master in History of Art from SOAS, University of London. She has currently been living in the British Capital.
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Traducciones Translations
Destrua Atenas, construa Porto Alegre
(*por Evanthia Tselika)
(**traduzido do ingles por Aleksander Aguilar)
No periodo em que Porto Alegre mais uma vez sedia a Bienal de Artes do Mercosul, em sua setima edicao, a Grecia, pela primeira vez na longa historia de Atenas, inaugurou sua primeira Bienal de Arte Contemporanea no dia 11 de setembro e ambas encerram-se com um dia de diferenca, 17 e 18 de novembro, respectivamente. Muitos podem ficar perplexos com o fato de que no pais de nomes como Esquilo (um dos pais da dramaturgia), e dos arquitetos de Acropoles, Fidias e Ictinus, tenha realizado-se pela primeira vez o que tem sido uma tendencia estabelecida ha bastante tempo no mercado internacional de arte: uma Bienal.
A Bienal de Veneza (Venice Bienniale) eh uma das mais renomadas no mundo e tem ocorrido desde 1895. Nessa esteira, talvez atrasadamente, no lugar que tem sido nomeado como o berco da civilizacao ocidental, a capital grega sedia o evento sob o slogan Destroy Athens (Destrua Atenas) em Technotopos, uma area industrial da cidade proxima ao centro de Atenas. O espaco eh amplo e a entrada para a primeira instalacao, uma sala onde as paredes desmoranam-se, nao nos prepara propriamente para o labirinto que se segue. Mantendo muito dos temas prevalentes que aparecem atualmente no trabalho dos artistas europeus contemporaneous e perpassa ambientes em desmoronamento, a intervencao humana na destruicao da natureza e mesmo de outros seres humanos, questoes historicas, de memoria e de identidade.
A Bienal de Atenas seguiu as ideias que estao em voga no movimento internacional de praticas artisticas: trabalho local deve ser exposto mas de maneira que isso possa ser internacionalmente acessado. Atenas parece ser um lugar, de acordo com os organizadores, ideal para isso, ja que ela nao parece nunca coincidir com o incessante deslocamento de fronteiras entre o centro e a periferia, um fato que proporciona uma visao geral de ambas. Alem das bienais das duas cidades encerrarem-se na mesma data, ambas incluem artistas de todo o mundo que representam o sistema do mercado internacional de arte que permite a alguns artistas crescerem a um nivel global de visibilidade (embora exclua outros).
Na Bienal do Mercosul 2007 podem ser encontrados, por exemplo, obras do artista britanico Francis Alys. O trabalho de Alys eh focado no voyeurism urbano e pode ser encontrado em aclamadas instituicoes ao redor do mundo, incluindo a Tate Modern, a maior instituicao britanica de arte contemporanea, em Londres. Aris Marcopoulos eh um outro artista presente na Bienal de Porto Alegre cujo trabalho foca-se nos procedimentos urbanos, mas atraves de um angulo bastante diferente. Suas fotografias mostram a cultura do skate e do snowboard, do grafite e da juventude que acompanham esta nocao. O fotografo grego naturalizado holandes mostra os elos que sao criados por eventos como as duas bienais em diferentes pontos do globo, mas que conectam esses lados e criam dialogos que facilitam a criacao.
A globalizacao produz conexoes e beneficios que podem ser facilmente disputados dependendo de qual ponto vista assuma-se. Mas o instigar do dialogo que isso possibilita atraves do processo criativo eh um dos aspectos que desencadeia a producao de arte contemporanea. Assim, ainda que voce nao tenha conexao com o mundo das artes, participar desses dialogos internacionais que sao estabelecidos atraves das bienais ao redor do mundo eh uma chance de perceber que distancia e tempo tornam-se crescentemente condensados no mundo contemporaneo.
Evanhtia Tselika eh critica de arte, natural de Atenas, pos-graduada em Historia da Arte na Universidade de Londres e eh radicada na capital britanica.
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Traducciones Translations
Saturday, 13 October 2007
Ontem nao foi dia 13
Ontem foi sexta-feira 12. Acordei pensando que era 13. E se assim fosse, teria uma data simbolica e coincidentemente propicia para voltar a atualizar este blog. Isso porque gosto de representacoes simbolicas, mesmo que as vezes nao tenham muito a dizer. Talvez seja uma paixao refreada a Semiotica. Acabei por escrever sobre o retorno ontem, mas postando apenas hoje, dia 13.
Mas eu nao to aqui pra jogar conversa fora, como diz um dos colunistas da Ipanema FM, e sim para tentar me reorganizar na dificil tarefa de manter um blog. Ja havia reconhecido essa dificuldade em post anterior e de fato nao tinha espectativas de chegar ao status de “blogueiro professional” em poucos meses. Ainda assim, eh um tanto frustrante colecionar ideias, relacoes, analogias, sarcasmos, imagens e titulos num caderninho Moleskine e nao conseguir redigir. Claro que as vezes esbarro na analise critica (ainda presente) arraigada no preconceito, por assim dizer, da aparente gratuidade dessa atividade. Dai me lembro que iniciei isso como um projeto para treinar a capacidade de redacao em ingles, traduzindo ou nao, e que de fato a maioria das minhas supostas grandes ideias nao terao espaco dentro dessa “perspective-justificativa”.
Logo, me resta tentar escrever o possivel, ou pelo menos proximo a isso, com aquela pontinha de frustracao. Suspendi as atividades ha quase dois meses, quando fui a Grecia por duas semanas. Tinha todas as historias anotadas, mas nenhuma redigida. Mas a luta continua, companheiros!
Minhas auto-demandas sao: Manter a proposta de atualizacao semanal; Dar continuidade as entrevistas quinzenais com brasileiros que vivem em Londres; Iniciar a sessao From my Window; Colocar uma capa nova no meu dicionario; Comprar uma bicicleta dobravel, Fazer fotos dos grafitis do Banksy, Ir ao show do Paco de Lucia em Novembro e outras coisas mais…
Mas eu nao to aqui pra jogar conversa fora, como diz um dos colunistas da Ipanema FM, e sim para tentar me reorganizar na dificil tarefa de manter um blog. Ja havia reconhecido essa dificuldade em post anterior e de fato nao tinha espectativas de chegar ao status de “blogueiro professional” em poucos meses. Ainda assim, eh um tanto frustrante colecionar ideias, relacoes, analogias, sarcasmos, imagens e titulos num caderninho Moleskine e nao conseguir redigir. Claro que as vezes esbarro na analise critica (ainda presente) arraigada no preconceito, por assim dizer, da aparente gratuidade dessa atividade. Dai me lembro que iniciei isso como um projeto para treinar a capacidade de redacao em ingles, traduzindo ou nao, e que de fato a maioria das minhas supostas grandes ideias nao terao espaco dentro dessa “perspective-justificativa”.
Logo, me resta tentar escrever o possivel, ou pelo menos proximo a isso, com aquela pontinha de frustracao. Suspendi as atividades ha quase dois meses, quando fui a Grecia por duas semanas. Tinha todas as historias anotadas, mas nenhuma redigida. Mas a luta continua, companheiros!
Minhas auto-demandas sao: Manter a proposta de atualizacao semanal; Dar continuidade as entrevistas quinzenais com brasileiros que vivem em Londres; Iniciar a sessao From my Window; Colocar uma capa nova no meu dicionario; Comprar uma bicicleta dobravel, Fazer fotos dos grafitis do Banksy, Ir ao show do Paco de Lucia em Novembro e outras coisas mais…
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Life in London
Yesterday was not the 13th
Yesterday was Friday, the 12th. I woke up believing it was the 13th. If that was the case, I would have had a symbolic and coincidently propitious date to restart updating this blog. This because I like symbolic representations even at times they do not have much to say. Perhaps it is about a restrained passion to Semiotic. I ended up writing about the return yesterday, but I posted it only today, the 13th.
But I am not here for “happy talk”, as one of the columnists from the Ipanema FM use to say, but to try to reorganize myself in order to carry out the hard task of keeping a blog. I had already recognized this difficulty in one of the previous posts and, in fact, I had no expectations of reaching the professional blogger status within few months. Even so, it is slightly frustrating to collect ideas, comparisons, analogies, sarcasms, images and titles on a little Moleskine notebook and not being able to write down. Evidently at times I come up against the prejudiced analyses (still present), let’s put in these terms, of the apparent gratuitousness of this activity. And then I remember I have started this as a project to provide myself training to develop the ability of writing in English. So, I realize the majority of my supposed great ideas will not have room within this “perspective-justification”.
Therefore, it remains for me to write what is possible, or at least the closest to that, feeling that little touch of frustration. I have suspended the blog activities nearly two months ago, when I went to Greece for two weeks. I had all the stories noted down, but any of them had been written. But the struggle is still on, comrades!
My self-demands are: Keeping the proposal of a weekly updating; Continuing the fortnightly interviews with Brazilians living in London; Initiate the session From my Window; Fixing the cover of my dictionary; Buying a fold bicycle; Take photos of Banksy graffiti; Watching Paco de Lucia concert in November and many other things…
But I am not here for “happy talk”, as one of the columnists from the Ipanema FM use to say, but to try to reorganize myself in order to carry out the hard task of keeping a blog. I had already recognized this difficulty in one of the previous posts and, in fact, I had no expectations of reaching the professional blogger status within few months. Even so, it is slightly frustrating to collect ideas, comparisons, analogies, sarcasms, images and titles on a little Moleskine notebook and not being able to write down. Evidently at times I come up against the prejudiced analyses (still present), let’s put in these terms, of the apparent gratuitousness of this activity. And then I remember I have started this as a project to provide myself training to develop the ability of writing in English. So, I realize the majority of my supposed great ideas will not have room within this “perspective-justification”.
Therefore, it remains for me to write what is possible, or at least the closest to that, feeling that little touch of frustration. I have suspended the blog activities nearly two months ago, when I went to Greece for two weeks. I had all the stories noted down, but any of them had been written. But the struggle is still on, comrades!
My self-demands are: Keeping the proposal of a weekly updating; Continuing the fortnightly interviews with Brazilians living in London; Initiate the session From my Window; Fixing the cover of my dictionary; Buying a fold bicycle; Take photos of Banksy graffiti; Watching Paco de Lucia concert in November and many other things…
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