Thursday, 29 March 2012

O sangue de quem luta pela terra



Folha de São PauloOs dois líderes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) mortos no Triângulo Mineiro no último sábado (24) participaram no começo deste ano de um protesto que pedia rapidez no julgamento dos suspeitos do caso que ficou conhecido como chacina de Unaí (MG), em 2004.


Milton Santos Nunes da Silva, 51, e Clestina Leonor Sales Nunes, 47, foram mortos com tiros na cabeça em uma estrada em Miraporanga, distrito de Uberlândia (556 km de BH).


Além dos dois, outro integrante do MLST --Valdir Dias Ferreira, 39-- foi assassinado com as mesmas características.


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Transformar a vigente primitiva estrutura agrária brasileira é essencial para finalmente levar o país a um estado socialmente justo.


O ódio do latifúndio e do agronegócio contra os movimentos sociais que buscam essa transformação segue manchando a mesma terra em questão de sangue; o sangue daqueles que são vitimas desse atraso, mas não aceitam esse anacronismo e agem pela mudança.


O assassinato de militantes do MLST é uma vergonha para a "sexta economia do mundo"; retratos de barbárie e da enorme contradição de um estado com uma condição cidadã ainda degradante, de um estado que não dá garantias de livre expressão, de segurança, pela reinvidicaçao de direitos básicos dos seus nacionais.


Quem possui a terra e defende a atrasada estagnação possui poder, possui influência, possui a arrogância e o desprezo pelos seus compatriotas, possui a capacidade de desumanizar e se sujar com a morte.


O MLST quer justiça, o Brasil quer um país de verdade, a humanidade quer libertação.

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