Estou preparando meu proximo comentário de toda a quarta-feira na RadioCom 104.5FM sobre o tema. Enquanto isso deixo os links para o excelente artigo sobre o tema no jornal Asia Times, original em inglês, e a tradução em português publicada no blog do jornalista, conhecido ativista pro-Palestina, George Bourdoukan.
Selecionei um trecho, com a respectiva tradução, que merece destaque:
"Assange wants to fight the power of the system, treating it as a computer choking in the desert sands. Were he alive, it would be smashing to see the great Argentine writer Jorge Luis Borges penning a short story about this.
On top of writing his own "Book of Sand", Assange is also counter-attacking the Pentagon's counter-insurgency doctrine. He's not in "tracking-the-Taliban-and taking-them-out" mode. This is just a detail. If the conspiracy is an electronic network - let's say, the (foreign policy) Matrix - what he wants is to strike at its cognitive ability by debasing the quality of the information.
Here intervenes another crucial element. The ability of the conspiracy to deceive everyone through massive propaganda is equivalent to the conspiracy's penchant for deceiving itself through its own propaganda.
That's how we get to the Assange strategy of deploying a tsunami of leaks as a key actor/vector in the informational landscape. And that takes us to another crucial point: it doesn't matter whether these leaks are new, gossip or wishful thinking (as long as they are authentic). The - very ambitious - mother idea is to undermine the system of information and thus "force the computer to crash", making the conspiracy turn against itself in self-defense. WikiLeaks believes we can only destroy a conspiracy by rendering it hallucinatory and paranoid in relation to itself." Read full text here.
"Assange quer combater o poder do sistema, tratando-o como se fosse um computador sufocado nas areias do deserto. Se estivesse vivo, que grande conto o argentino Jorge Luis Borges escreveria sobre isso. Além de escrever seu próprio “Livro de Areia”, Assange também está contra-atacando a doutrina de contraguerrilha do Pentágono. Não trabalha no modo “rastrear-os-Talibã-e-desentocá-los”. Isso é detalhe. Se a conspiração está na rede eletrônica – digamos a Matrix (da política exterior) –, o que Assange quer é feri-la na capacidade cognitiva; para isso, detona a qualidade da informação.
Nesse ponto, há outro elemento crucial. A capacidade da conspiração, que engana todos todo o tempo mediante quantidades massivas de propaganda, é equivalente à tendência de a conspiração ser enganada também, ela mesma, pela própria propaganda. Assim chegamos à estratégia de Assange, de deixar vazar quantidades tsunâmicas de informações, como fator-vetor-chave da paisagem informacional.
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