Um dos colunistas desse site, Roberto Soares, escreveu um post como resposta ao meu texto e eu deixei um novo comentario-resposta. Essa repercussão eu descrevi anteriormente no post logo abaixo.
Mas ele então fez um novo comentario, rebatendo minha resposta. Eu, no espirito do bom debate, tentei deixar uma outra resposta no website em questão, mas o administrador o bloqueou para novos comentarios.
A história seguiu assim:
Roberto Soares disse...
Caro Aleksander,
Confesso que nunca tinha lido nada seu. Eis uma diferença das várias diferenças entre nós, que consigo captar mesmo sem termos tido oportunidade de nos conhecermos: Sou mais criterioso que tu com relação as minhas leituras.
O sujeito que "lê tudo" já sai mentindo, pois ninguém lê tudo. E quem "lê de tudo", acaba lendo muita porcaria, como Paulo Coelho, ou o Mein Kempf de Hitler, verbi gratia.
De qualquer forma, esperemos a íntegra dos documentos vir à tona.
Só aconselho a tomarem cuidado ao tratar Assange como uma espécie de "santo secular". Antes de confeccionar camisetas com o rosto do australiano e coisas do gênero, creio que as intenções dele devem ser alvo de profundos questionamentos.
Para começar, é possível descartar por completo as acusações de crime sexual que pesam contra Assange? Você descartaria se a vítima fosse sua irmã, coloquemos assim?
E quanto à insinuação de que a Suécia seria um "membro secreto" da OTAN... Trata-se de uma suspeita previsível vinda de alguém que se intitula "marxista", condizente com aquilo que sustenta o partido comunista sueco.
Quanto ao apodo de "fina flor do Lácio", acho que estás lendo demais o blog do chapa-branca do Paulo Henrique Amorim. Sugiro uma diversificação de leituras. Quem sabe lendo menos dessas fontes duvidosas, não sobre mais tempo ao atribulado cupanhêro "marxista"?
E se o intocável Lula é tão favorável à liberdade de expressão, (apesar de professar o contrário, mesmo acidentalmente, como no vídeo acima), seu discurso não resiste a uma análise dos fatos: porque o governo atuou nos bastidores para blindar o Arquivo Nacional, a fim de evitar que a imprensa (e qualquer cidadão) tivesse acesso à ficha da presidente eleita?
Wikileaks nos documentos secretos dos outros é caipirinha.
Muitas perguntas sem resposta.
Bom, continue lendo meus escritos, e comentando, ok Aleksander?
Saudações.
15 Dezembro, 2010 01:24
Como disse, o administrador do “Amigos” bloqueou novos comentários no post em questão. Dessa forma, para que se registre, publico aqui o que tentei deixar lá:
“Caro Roberto, vou tentar ser objetivo para tentar evitar que essa discussão não vá ad infinitum, embora imagine que renderia alguns cafes.
Nesse debate, concordo contigo em alguns pontos. Por exemplo, quem lê de tudo acaba mesmo lendo muita porcaria, como eu de fato já li e, como podes ver, sigo lendo… Mas sou jornalista, “such is the way of business”. Imagino que tu também tenhas tido que ler, criterioso como afirmas que és, antes de opinar sobre o que é porcaria ou não, incluindo os autores que mencionastes.
Também concordamos em que há muito mais telegramas (reveladores ou confirmadores) por vir, mas isso não significa que o que vivemos já não seja impressionante e histórico. Agora é oficial, o mundo está mudando.
Mesmo sobre a própria figura do Julian temos convergências. Eu acredito que é preciso saber mais sobre de onde saiu e para onde quer ir o senhor Assange. Mas independentemente do que queremos, ele ja é um mito, já é bandido e herói ao mesmo tempo, em todo o planeta, e já há camisetas com o seu rosto sendo vendidas aqui e ali.
E sendo tu alguém que parece ser perspicaz e atento a análise de fatos, vale o próprio conselho: Não deixe tuas posições ideológicas jogarem contra o razoável. Já sabemos qual é a tipificação, peculiarissima, de crime sexual na Suécia. Logo, mesmo que ele seja culpado por transar sem camisinha, e mesmo que fosse condenado por estupro strictu sensu, e mesmo que os suecos sejam estrictos e pragmáticos, (e mesmo que um por ai ache que eu tenha feito “apologia ao estupro de suecas”, oh Lord…!) é razoável pensar que o homem por isso estaria sendo caçado internacionalmente dessa forma? Não me faça desenhar.
Quanto tua sugestão de diversificação de leituras, já confirmastes que, mesmo sendo eu de fato alguem com formação marxista, estou longe de ler apenas Marx e derivados. Entretanto, não leio o Amorim, não. “Fina flor do Lácio” foi uma referencia ao Olavo Bilac, mesmo; poeta que provavelmente não classificarias de porcaria e que se estivesse vivo provavelmente também criticaria o presidente Lula.”
Agora, o mais curioso foi ver a opinião de outros leitores que acompanhavam o debate, alguns a favor, outros em contra – aliás, sempre comentando como anonimos.
Dai vieram as intervencoes que merecem destaque:
Anônimo disse...
Aleksander, excelente. Obrigado por fazer um contra ponto elegante e apropriado. Sobre os manifestraçoes preconceituosas contra o Lula, já tem mais um post no Blog, onde se ridiculariza um lapso no discurso do presidente,no apoio a organização wikileaks, perdendo a oportunidade de comentar o conteudo. Um pena, muita gente bem educada e preparada intelectualmente , acaba limitando seus talentos simplesmente devido ao preconceito de classe.
14 Dezembro, 2010 22:45
E entao, em resposta a isso, alguém escreveu a perola:
Anônimo disse...
Preconceito de classe?
Contraponto elegante?
Releiam o comentário de Aleksander e o post do Roberto. O Roberto em nenhum momento atacou o Aleksander. Já o Aleksander veio cheio da ironia esquerdista, pavonenado, como o Marroni fazia em seus debates.
Para mim, o Aleksander fez inclusive uma apologia ao estupro de suecas.
Coisas da esquerda.
É fácil ser comuna num país livre.
Difícil é ser liberal numa república de bananas.
E a vida segue...
15 Dezembro, 2010 01:28
Marroni, só para dar contexto pra quem não conhece Greenvile, digo, Pelotas, é deputado federal pelo PT, e foi prefeito de Pelotas em 2000. Concorreu a prefeitura novamente nas utimas eleições municipais, mas não levou.
E, o mais fantástico, sim, ladies and gentleman, “apologia ao estupro de suecas”…
Vocês leram bem. Pelotas é mesmo um lugar impressionante. E eu, fazer o que, me diverto.
4 comments:
O cara que critica o Lula por não saber pronunciar Wikileaks acha que pode haver crase em frente a substantivos próprios masculinos ("Quanto à Putin e Lula [...]"). Esse erro nem o Lula cometeria. Curioso, né?
Certamente foi erro de digitação.
No restante do texto, nada indica que não saiba escrever. De mais a mais, quanto você estaria disposto a apostar que Lula sequer sabe escrever a palavra crase?
Make a bet.
E de que importa saber escrever uma palavra ou outra de forma certa, se o maior conhecimento - que é o humano e o social, parece ser esquecido por trás de preconceitos, no mínimo, assustadores?
Acho tão "sem ter o que fazer ou falar" quando começam a criticar o Lula por não ter um inglês perfeito ou não ter uma linguagem diplomática. Para mim, é buscar 'argumentos' pra justificar uma concepção vazia e fugir de questões que, DE FATO, interessam.
Honestamente eu não me importo se tal presidente fala sete línguas fluentemente ou 'não pronuncia corretamente' wikileaks. A verdade é que me importa muito mais constatar, através de tanta coisa que leio - inclusive, depois do texto do Roberto, que ainda em tempos atuais, se encontra um pensamento retrógado massivo. E isso é lamentável.
hahahahaha Nossa! Que loucura tudo isto?! Primeiro eu não entendo porque as pessoas não assinam seus nomes e se escondem atrás do anonimato!
Segundo, "apologia ao estupro de suécas" é uma coisa ilariante!
Acho que tu não precisa concordar com tudo o que o outro diz e criticar não significa que discordes totalmente. Falta um pouco de senso das pessoas ao comentar os textos. Fico boba!
Principalmente porque as pessoas criticam e escrevem sobre coisas das quais não tem conhecimento.
Tem uma coisa no comentário do Roberto que acho absurdo é o seguinte, porque liberara a ficha da futura presidenta? Acho que se os torturadores não podem ser julgados por seus crimes, a ficha dela devia manter-se como estava. Não parece lógico?
Sobre o caso Asenge realmente prefiro abster-me, pois estou bem por fora do que gerou tudo.
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