Saturday, 31 July 2010

One week to go: Vá duma vez, Uribe, senhor da guerra na América Latina!


Falta apenas uma semana. Vá logo, Uribe! Embora se saiba que seria ingenuidade pedir, é difícil conter o desejo de expressar: Vá e não volte! No próximo sábado, dia 7 de agosto, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, finalmente deixará de ser um dos chefes de estado da América Latina, um breve suspiro de alívio para o continente que está farto das artimanhas, teatros e ofensivas de um político que gerou uma era de vergonha para a Colômbia ao conduzir um governo servil dos interesses geopolíticos e do grande capital estadunidense.


Como se já não bastasse deixar como seu sucessor um perfeito representante da direita mais conservadora e tradicional da burguesia colombiana, Juan Manuel Santos (ex Ministro de Defesa no governo Uribe) – que é tão o mais reacionário que ele próprio – Uribe decide seguir até o ultimo minuto no jogo pela disputa política do espaço latino-americano e arma um espetáculo deprimente contra a Venezuela para reforçar sua estratégia para o continente.


Uribe, em plena reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada em Washington no dia 27 de julho, lança uma série de acusações sobre a existência de acampamentos guerrilheiros das FARC em território venezuelano, cumprindo seu papel de marionete dos Estados Unidos na região. Uribe estabeleceu estratégias em comum acordo para a Colômbia ser a leal representante dos interesses dos Estados Unidos na América Latina e para isso o país tem de montar seu teatro rasteiro e mesquinho. Como resposta óbvia e necessária o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países e ordenou o fechamento da embaixada da Colômbia em Caracas.


O SENHOR DA GUERRA

Num momento, de fácil conclusão até para analistas políticos inexperientes, em que os Estados Unidos promovem a busca por recuperar posições de influencia e hegemonia na America Latina, a aliança militar da Colômbia com os EUA provoca enjôos. O peão do Império realmente se lixa para a America Latina, deu as costas pomposamente para todo o momento construção de unidade no continente e se alia e faz campanha pela tradicional manutenção dos Estados Unidos na região, de modo a garantir apoio e financiamento para sua obsessão de aniquilar militarmente as FARC.


Sete bases militares dos Estados Unidos serão construídas na Colômbia. SETE BASES MILITARES DOS ESTADOS UNIDOS NA AMERICA LATINA. A aliança militar com os EUA, à revelia da vontade dos países vizinhos, firmada em julho do ano passado, está baseada nas premissas de que as FARC não seriam um grupo guerrilheiro, mas uma organização terrorista. Numa situação dessas não haveria negociação possível senão o enfrentamento militar, o que confirma a sede por guerra e poder de Uribe, que envergonha o continente.


Uribe já vai tarde. Com uma biografia marcada por violência, perseguições e subordinação total aos interesses do capital estadunidense, ele prestou um absoluto desserviço ao projeto de unidade da America do Sul durante os oito anos como presidente da Colômbia e promoveu desestabilização, intrigas e ódios.


Valendo-se do mais extremo dos populismos, explorando as dores de uma população cansada por décadas de violência institucionalizada como fruto dos confrontos do governo com as FARC, Uribe ganhou popularidade entre os colombianos. Por sorte, sua tentativa de ser candidato novamente falhou, pois a Suprema Corte da Colômbia vetou seu projeto de uma segunda reeleição. Mas o senhor da guerra na América Latina deixa um sucessor e, provavelmente, a herança de um projeto de ódio que seguirá aumentando a submissão da Colômbia aos Estados Unidos, criando espaços de influência norte-americana na região e minando os esforços para a construção de outros paradigmas de desenvolvimento na América Latina baseada na unidade e solidariedade dos países do Sul.

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