Wednesday, 24 February 2010

"Eu vou cantar pra saudade..." O Cordel chega ao fim!



Parece que foi ontem que vi, pela primeira e única vez, o Cordel tocando em Porto Alegre, em 2006.

Um show que confirmou tudo o que eu pensava do Cordel, que atendeu todas as minhas expectativas de poder ver a banda tocando ao vivo, mostrando todo o poder que não se pode nem imaginar quando se conhece o seu som apenas pelo cd player. As luzes, a força da percussão, o som de um milhão de tambores percorrendo desde os dedos dos pés ate os cabelos, o Lirinha.

Foi um show perfeito, um dos melhores da minha vida, em vibração, em companhia, em oportunidade de entrevistar a banda depois da performance, todo suado, adrenalizado, emocionado.

Após 11 anos de existência, a banda Cordel do Fogo Encantado comunicou por e-mail divulgado à imprensa hoje que o grupo chega ao final, em consequência da saída de seu fundador, José Paes de Lira, o Lirinha, por motivos pessoais.

O Cordel, la do interior de Pernambuco, foi, e é, um dos mais criativos grupos artísticos brasileiros; um orgulho nacional, e deixa um patrimônio e um legado cultural inquestionável em um tão curto, mas intenso período fazendo excelente musica, poesia e teatro.

É uma alegria poder ter presenciado, pelo menos uma vez, o grupo ao vivo. É uma tristeza saber que já não poderei ver-los de novo. Mas não sai da memória os ótimos momentos de um outubro porto-alegrense.



COMUNICADO - JOSÉ PAES DE LIRA

"Com a permissão dos Encantados, sempre:

Anuncio a minha saída da banda Cordel do Fogo Encantado.

São 14 anos de trabalho ininterrupto (11 anos de banda e 3 anos de peça teatral de mesmo nome).

O grupo que é independente desde a sua origem, com integrantes do sertão de Pernambuco (Arcoverde) e do Morro da Conceição (Recife) se tornou uma das bandas mais ativas do cenário de shows da música brasileira. Isso aconteceu com a total entrega dos participantes e a verdade da mensagem emitida.

É com muita dificuldade que redijo essa informação, devido ao imenso amor que eu sinto pelo público e pelos meus companheiros/guerreiros do projeto.

Revelo, por respeito aos que me acompanham, a minha vital necessidade de trilhar novos caminhos.

Ajudei a desenvolver um dos espetáculos mais originais da cultura pop do país e é com esse sentimento de orgulho que sigo em frente.

Com a certeza de que o fogo da nossa poesia e da nossa música nunca se apagará e que nossa força é infinita.

Abraço forte,

José Paes de Lira, Lirinha."









2 comments:

D&R said...

Pow, ninguém vai mais poder dzer: "o cordel tá chegando na cidade", quando o tempo fechar do nada e uma ventania anunciar uma chuva inesperada. Ou "o cordel tá passando o som" quando começar a chover. E eu que queria vê-los tocando em Arcoverde... dizem que é surreal. Eles bem que podiam fazer um showzinho de adeus, ao ar livre, chamar chuva e lavar a alma, pelos velhos e bons tempos, antes do transfiguração, claro. hehehhe.

K said...

Eu penso que as separações não são definitivas... aliás, o que na vida é definitivo?
Eles são maravilhosos e mesmo separados continuarão o sendo.
Beijo