O estudante de História da Unipampa, um baiano negro, de 25 anos, Helder Santos, teve de deixar às pressas na quinta-feira passada a cidade de Jaguarão, perto de Pelotas, na fronteira com o Uruguai, para não morrer. Ele sofreu a ameaças de policiais militares da cidade porque denunciou ser vítima de racismo e agressões por integrantes da Brigada Militar de Jaguarão e por conta da repercussão da denuncia os policias racistas enviaram cartas de ameaça. Santos teve que se “exilar” em Porto Alegre, onde foi recebido por representantes da Secretaria Estadual de Direitos Humanos e está hospedado na casa de um advogado.
.O caso está sob análise da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência da República, e da Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público gaúcho. A Brigada tem duas sindicâncias em andamento contra um soldado, um sargento e o comandante da Brigada de Jaguarão, major José Antônio Ferreira.
O major disse que houve “sensacionalismo” e afirmou que está apurando o que aconteceu. No entanto, o secretário Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, afirma que a denúncia é grave e será alvo de atenção da pasta. Ele designou duas equipes, uma de investigação e outra de proteção, para a cidade de Jaguarão.
“Eu não sei nem o que falar, porque eu vim pra cá com tantos sonhos, já estava concretizando alguns deles trabalhando como estagiário de história na prefeitura, e vou ter que abandonar tudo e retornar para casa”, lamentou ele, em entrevista à Rádio Guaíba.
Santos é o primeiro integrante da família a iniciar formação universitária, mas corre o risco de ter de parar de estudar, caso o Ministério da Educação não consiga sua transferência para uma universidade no Nordeste.
Veja entrevista exclusiva do estudante de História Helder Santos ao Coletivo Catarse e, se você é gaúcho, envergonhe-se também do nosso estado.
1 comment:
É lamentável que alguns ainda pensem que o Brasil não é de todos os brasileiros e que o direito de ir e vir se restrinja aos portadores de tez branca. Que retrocesso!
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