Friday, 22 February 2013

Old horse with young heart flies across the sky (2)*


* (2) porque houve um primeiro (...) em fotos apenas:  http://deiticos.blogspot.com.br/2011/07/old-horse-with-young-heart-flies-across.html


Vou me permitir enormes excentricidades hoje. Já que é quase amanha, e não tenho mais saco nenhum para escrever mais nada que não sejam essas expressões de vontades patéticas de sei-lá-o-que e que, mesmo assim, urgem e se acumulam. Entre fumaças, doces regionais e refrigerantes de cola (a essa hora!) dá até vontade de fazer coro ao burburinho lá de baixo, mas entre a falta de companhia presencial e a certeza de que tal combinação de glicoses em tal momento da vida já pode ser visto como uma extravagância, lembro-me, ou vou cada vez mais tentando aceitar,  um outro lugar. Este lugar.

      O de ponderações preocupadas. (ir, vir, ficar, me deixem dizer “não sei”!)
      O das alterações gastroesofágicas (não sabia que omeoprazol era tão comum e conhecido; não quero fazer endoscopia)
      O de dualidades coragem x irresponsabilidade; limites entre humildade x insegurança. (Se sou firme, confiante, opinativo sou arrogante, pedante, pretensioso; se sou inconstante,  modesto,  ouço-mais-do-que-falo sou hesitante, fraco, inconfiável).

A esta altura e ainda não aprendi nada!
Abro mão de certezas em nome da sabedoria e me tacham.
Estou me deixando moldar/determinar pelo lugar?

      O do uso do verbo voltar. (Se ao menos eu pudesse me lembrar de todas as músicas que nos mandamos; Eu “voltei”? Aqui me faz sentir mais dúvida do que nunca?  Do que nunca? Hmm, não sei, talvez não...).
      O do lugar de se poder beber à vontade nas ruas, em contraste com aquele que te multam em 80 pounds – agora deve ser mais! – em caso de vômitos públicos.
      O da valorização mais dos reencontros do que os encontros (alguém falou isso antes de mim, e sim, exemplos de reflexoezinhas que compartilhamos).

Eu me desespero num silêncio vergonhoso. O burburinho diminui (mas vai ter gente embaixo da minha janela até às 3h da madruga...). Minhas tantas histórias que ninguém sabe, minhas tantas fotos que ninguém viu.

Leio agora na entrada da loja de conveniências de um posto de beira de estrada o cartaz de “Proibido entrar sem camisa” com a obviedade de quem tem como natural que o sol já é forte às 6h da manhã. E onde é o natural? Qual parâmetro aceitar? Por que as adaptações parecem mais difíceis dois anos depois?

Som, som som. Em todos os lados o barulho do centro de um Recife que já me basta. Mas onde é que eu me basto? Because my soul will be the song of the deser that will be following you”
Essa nostalgia das pequenas convivências, essa exotização do que está longe; Recife me faz sentir saudades do que está longe. Londres também fazia. Aliás, só se tem saudades do que está longe.

Livre porque vivo fugindo, a viagem não acaba nunca; esse é o teu escudo, calado. Mobilidade, mobilidade, és tudo que sempre quero, és toda minha maldição.

No meio dessa opressora ordinarização de tudo, seeming like an eternal inbetweens life, entre idiomas, “parece um soldadinho do jogo War, querendo conquistar território”, releio meus textos pessoais no blog, principalmente os de despedida da Inglaterra: “mesmo desse breu que comeca as 16h eu sentirei falta (...). Tudo eh despedida, tudo eh finalmente. Mas logo tem mais. Eh soh mais uma viagem, sempre eh soh mais uma viagem”.

 É, de fato, só mais uma viagem? Há pouco me disseram: “parabéns pela invenção que tu fez da tua vida!”. E assim o vício pelo estranhamento vai tendo o mesmo destino daquele hábito inicial de ver tudo pitoresco.

“A lo largo del mes de febrero, luego ya de tres pesados meses, hubo cinco días parcialmente soleados. Otros tres días fueran de nieve, menos intensa que la de enero y tan gris cuanto los demás veinte nublados o de lluvia. Y de frio.”
Ah, o frio! Em fevereiro! Esse foi em 2010. E antes vários outros com reclamações dos most miserables monhts of the year. Eu que gritei tanto pelo sol, me vejo agora saudando com uma respirada funda cada um dos escassos dias nublados que encontro.

Hegemonias, discursos, identidades, construtivismo, política externa, linguística, memória histórica, regras de formatação, resumos de até 900 caracteres, você que me quer tachar, vão tomar no!

Ah, tá bem! Já que é uma noite de excentricidades vou acabar com uma citação:
"We're just like other people: We love to sing, we love to dance, we admire beautiful women. We are human, and sometimes very human." Professor Siletsky in: TO BE OR NOT TO BE (film 1942)

1 comment:

Anonymous said...

http://www.youtube.com/watch?v=mY02Tz5cHlo

i miss you

forever yours
the desert song