Friday, 28 March 2014
Um ano da morte de Achebe. Literatura, sociedade e o mundo "pós-colonial"
Na semana passada, dia 21 de março, cumpriu-se um ano da morte do escritor nigeriano Chinua Achebe, o "pai da literatura africana"(...). Em homenagem a esse autor e a essas literaturas africanas, ainda tão pouco difundidas no Brasil, a vontade foi de compartilhar, em respeitosa deferência, um recente e muito breve ensaio que escrevi dentro minhas obrigações doutorais para a disciplina de Sociologia da Literatura, na UFPE, sob responsabilidade da excelente professora Eliane Veras, onde tive a oportunidade de ler e estudar um pouco Achebe. Deixo parte da introdução, e se a alguém interessar, por favor entre em contato.
.....................
O escritor camaronês Mongo Beti
afirma em seu Dictionnaire de la
négritude que: “O primeiro, e até o momento, o único escritor africano que
atingiu um grande público no mundo inteiro é um anglófono nigeriano, Chinua
Achebe. Ninguém melhor que ele descreveu a agonia da cultura tradicional
confrontada com uma civilização conquistadora”.
(Beti, M. apud Pereira, 2012).
Quase 60 anos depois da publicação de O mundo se despedaça, a obra ainda é vista como um dos
principais trabalhos literários sobre o período colonial. O livro é comumente apontado pela mídia como o
primeiro romance africano a ganhar reconhecimento mundial e seu autor como o “pai
da moderna literatura africana” (The Guardian, 2010; The Independent, 2013).
A popularização de tal título
atribui-se à manifestação sobre Achebe da escritora Nadine Gordimer (Prêmio
Nobel de 1991), em 2007, quando juíza do prestigioso Prêmio Internacional Man Booker do qual o nigeriano foi vencedor
naquele ano. Mas o próprio Achebe rejeitou fortemente o rótulo por
considerar que isso obscurecia o papel de muitos outros escritores: "It's really a serious belief of mine
that it's risky for anyone to lay claim to something as huge and important as African
literature ... the contribution made down the ages. I don't want to be singled
out as the one behind it because there were many of us – many, many of
us," (The Guardian, 2009)
Pensando isso, busquei realizar
uma breve reflexão sobre o lugar que este livro de Achebe ocupa entre
as grandes obras da literatura mundial, tendo por base as apreciações sobre
crítica literária africana e dimensões dos significados do pensamento
pós-colonial na destacada pesquisadora Inocência Mata, e as ponderações sobre a
relação literatura e sociedade em renomados teóricos do campo como Terry
Eagleton e Roberto Schwarz.
Nosso intento, portanto, é, fixando essas
discussões sobre reconhecimento, valor e legitimidade segundo enunciados
teóricos que problematizam tais noções, analisar brevemente como O mundo se despedaça aborda a
determinante questão do encontro colonial no país de origem do autor, a partir
da analogia à crítica teórica sobre relações centro/periferia. Ou seja,
perceber as linhas de força ideológicas utilizadas por Chinua Achebe nesse seu
romance para compor uma obra esteticamente eficaz para expressar o impacto
colonial na Nigéria – uma obra que se converteu em evidencia cabal da forma que
o literário assumiu a respeito das dinâmicas do colonialismo na África.
Tuesday, 25 March 2014
Textos Curtos para Ítaca XXXII
Um futuro-presente projeto literário. “Textos curtos para Ítaca” é a primeira materialização de uma das várias e extensas ideias em literatura, essencialmente em prosa, mas com flertes em verso, colecionadas ao longo da jornada até Ítaca. Em fato, os projetos para contos e novelas e outras literaturas de longo fôlego, ainda estão em fase sketch, talvez nem maquete, e irão tomando forma ao ritmo das circunstâncias que, sim, podem tardar como já tardam, mas ainda virão. Enquanto isso, num dia e momento aleatório, curiosamente com menos atraso, vão tendo agenda as mini-experiências em poesia e verso, do qual, lenta e despretensiosamente, faço um laboratório neste blog (único espaço onde o critério editorial é totalmente meu... ). Algum dia também ganharão forma impressa, sempre ao ritmo das possibilidades e, no dizer de Konstantinos Kavafis, do rogar por uma rota longa. Mas em textos curtos.
UM BANHO
E agora eu
vou me lavar de ti
Á meia-luz,
que é pra evitar o desgosto de notar o que é que escorre pelo ralo
Esfoliando,
que é pra lembrar de não lembrar das minhas supostas preferências.
A ferida
finalmente vai fechando! (não, sua atrevida! Não falo de ti com tamanho cliché.
Me refiro ao corte de fato), que coincide como um sinal.
Claro, sinal.
Todo cristão aprecia um sinal
No ombro
direito, bem atrás da nuca, na parte superior das costas à esquerda, estavam
todos ali.
E eu não os
vi.
Tu tampouco
vistes, mesmo com a olho de peixe, a mirada proba, nem ouvistes, mesmo que
escutara, a cantilena franca.
Decerto vens
de Vetusta. De errado fostes, de Rodrigues, que é o Nelson, a Dorotéia
Do soturno
luto, teu vermelho, dileta herege
Deixo a
malandragem, o espasmo, a fada, o suor, e até o gato.
Eu me seco.
Te lambuze
com teus óleos, teus diálogos e teus direitos.
Arguidos,
reprocháveis, demagogos.
Tudo depende
do que deixaremos de fazer bom proveito.
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Textos curtos para Ítaca
Sunday, 23 March 2014
Participo de e-book sobre Honduras post-golpe, y el libro está disponible en linea!
Participo con honor de esta publicación (y agradezco a la invitación del organizador, Esteban De Gori), con un artículo sobre el rol de Brasil en Honduras "no jogo que ainda não acabou" y hago mias las palabras de la colega Carmen Elena Villacorta Zuluaga:
"Éste... libro es resultado del trabajo de un grupo de centroamericanistas de diferentes países y procedencias disciplinarias que, impulsadxs por el sociólogo argentino Esteban De Gori, procuramos iluminar diferentes aristas de la problemática de Honduras, desde el golpe de Estado de junio de 2009 hasta las últimas elecciones presidenciales de noviembre de 2013. La obra constituye un aporte a los estudios latinoamericanos, a la comprensión de la actualidad de América Latina y reviste significado especial de cara a la embestida desestabilizadora que las fuerzas de derecha impulsan actualmente en Venezuela, Argentina y El Salvador, procurando minar la legitimidad de sus gobiernos democráticamente electos."
Para descargalo, pulsa el enlace:
http://grupoamericacentral.wordpress.com/livro-honduras-2013/
"Éste... libro es resultado del trabajo de un grupo de centroamericanistas de diferentes países y procedencias disciplinarias que, impulsadxs por el sociólogo argentino Esteban De Gori, procuramos iluminar diferentes aristas de la problemática de Honduras, desde el golpe de Estado de junio de 2009 hasta las últimas elecciones presidenciales de noviembre de 2013. La obra constituye un aporte a los estudios latinoamericanos, a la comprensión de la actualidad de América Latina y reviste significado especial de cara a la embestida desestabilizadora que las fuerzas de derecha impulsan actualmente en Venezuela, Argentina y El Salvador, procurando minar la legitimidad de sus gobiernos democráticamente electos."
Para descargalo, pulsa el enlace:
http://grupoamericacentral.wordpress.com/livro-honduras-2013/
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