Tuesday, 25 December 2012
Textos Curtos para Ítaca XXVIII
Um futuro-presente projeto literário. “Textos curtos para
Ítaca” é a primeira materialização de uma das várias e extensas ideias em
literatura, essencialmente em prosa, mas com flertes em verso, colecionadas ao
longo da jornada até Ítaca. Em fato, os projetos para contos e novelas e outras
literaturas de longo fôlego, ainda estão em fase sketch, talvez nem maquete, e
irão tomando forma ao ritmo das circunstâncias que, sim, podem tardar como já
tardam, mas ainda virão. Enquanto isso, num dia e momento aleatório,
curiosamente com menos atraso, vão tendo agenda as mini-experiências em poesia
e verso, do qual, lenta e despretensiosamente, faço um laboratório neste blog
(único espaço onde o critério editorial é totalmente meu... ). Algum dia também
ganharão forma impressa, sempre ao ritmo das possibilidades e, no dizer de
Konstantinos Kavafis, do rogar por uma rota longa. Mas em textos curtos.
Triníssono
All deserts are you
All empty places are deserts
Our places are empty of deserts
Our emptyness are all
deserts of our places
All desert of you.
Diga-me algo original sobre o amor,
por favor?
- O que-que-que-que-que-que?
- É o eco....
Dos sombreros en la pared para una
sola cabeza entre, pequeños, puntos extremos del oceano,grande, son eternos.
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Textos curtos para Ítaca,
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Monday, 10 December 2012
Pra Pelotas
Estar em Pelotas é sempre intenso, previsível e apavorante; decepcionante, amável e incurável.
Um permanente encontro e reencontro naquela desertidão de luzes foscas , mais ainda nas ruas do Porto, onde rostos ou perdidos, ou renovados, ou esquecidos-e-logo-lembrados, são dispostos a provar-se importantes, sabidos, descolados, eloquentes e indispensáveis. Perturba. Desconforto com surpresa.
E
Um permanente encontro e reencontro naquela desertidão de luzes foscas , mais ainda nas ruas do Porto, onde rostos ou perdidos, ou renovados, ou esquecidos-e-logo-lembrados, são dispostos a provar-se importantes, sabidos, descolados, eloquentes e indispensáveis. Perturba. Desconforto com surpresa.
E
tanto amor! Se a minha letra continua feia? Se eu larguei o Conservatório? Se algum chapéu é moda em Londres? Ah, meus metros “Quadrados” de desinteresse misturados com expectativas positivas e desejos genuínos!
Diante de vozes com presunçosas assunções, criticáveis quando diametralmente opostas, me senti mal. E sinto mal as nostalgias. Sinto tão bem o inusitado frio de novembro, e todos seus ventos gélidos noturnos, mas tão mal tantos outros estares.
Tem algo de errado. É esse paradoxo do meu afeto e meu desprezo. Ignoro tua ridícula insolência insustentável, e celebro tua ingenuidade, travestida de arrogância, e tua presença, úmida, no fim da lagoa no mapa.
Te desconheço, me surpreendo e te vejo igualmente tão repetitiva. O Centro Histórico está lindo, o Laranjal está reformado, o mercado imobiliário se expande, os doces seguem perfeitos, há grupos de resistência e criação, inovações gastronômicas, algumas ousadias artísticas, coloquialismos próprios, alguns novos bares e tantos e tantos universitários tão cheios de ideias, quanto de reclamações, apatias, hipocrisias e mediocridades.
Teus olhos branquicentos quanto a fumaça que sai da respiração nos antigos invernos vigiam, enrubescem, dão pena. Mesmo tão blasé sempre queres algo que não sabes exatamente o que é, nem como alcança-la , e quase não nos reconhecemos em meio a essas diferenças entediadamente idênticas. Logo eu, que te sentia tão lar.
Teu sabor, doce é claro, contrasta com tua amargura semi-urbana, altiva não se sabe como, que goteja vagarosa e depressivamente entre os vãos dos paralelepípedos resistentes.
Me assustas. Não sei se te reconheço enquanto te vejo tão igual. Te deixo solene, ao sol que não queima, a sós entre esperanças. Faz frio em Pelotas em novembro. Teu nome é umidade.
Diante de vozes com presunçosas assunções, criticáveis quando diametralmente opostas, me senti mal. E sinto mal as nostalgias. Sinto tão bem o inusitado frio de novembro, e todos seus ventos gélidos noturnos, mas tão mal tantos outros estares.
Tem algo de errado. É esse paradoxo do meu afeto e meu desprezo. Ignoro tua ridícula insolência insustentável, e celebro tua ingenuidade, travestida de arrogância, e tua presença, úmida, no fim da lagoa no mapa.
Te desconheço, me surpreendo e te vejo igualmente tão repetitiva. O Centro Histórico está lindo, o Laranjal está reformado, o mercado imobiliário se expande, os doces seguem perfeitos, há grupos de resistência e criação, inovações gastronômicas, algumas ousadias artísticas, coloquialismos próprios, alguns novos bares e tantos e tantos universitários tão cheios de ideias, quanto de reclamações, apatias, hipocrisias e mediocridades.
Teus olhos branquicentos quanto a fumaça que sai da respiração nos antigos invernos vigiam, enrubescem, dão pena. Mesmo tão blasé sempre queres algo que não sabes exatamente o que é, nem como alcança-la , e quase não nos reconhecemos em meio a essas diferenças entediadamente idênticas. Logo eu, que te sentia tão lar.
Teu sabor, doce é claro, contrasta com tua amargura semi-urbana, altiva não se sabe como, que goteja vagarosa e depressivamente entre os vãos dos paralelepípedos resistentes.
Me assustas. Não sei se te reconheço enquanto te vejo tão igual. Te deixo solene, ao sol que não queima, a sós entre esperanças. Faz frio em Pelotas em novembro. Teu nome é umidade.
i carry your heart with me
by E. E. Cummings
i carry your heart with me(i carry it in my heart)
i am never without it(anywhere i go you go,my dear;
and whatever is done by only me is your doing,my darling)
i fear no fate(for you are my fate,my sweet)
i want no world(for beautiful you are my world,my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;which grows higher
than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
i carry your heart(i carry it in my heart)
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