Friday, 16 May 2008

Pedalando Pelado pelo Mundo






Mais de 50 cidades ao redor do mundo estao na contagem regressiva para mais uma edicao anual do World Naked Bike Ride, cuja traducao oficial para para o portugues soa um tanto estranho com “Pedalando Pelado pelo Mundo”. Trata-se de um dos mais criativos e exitosos protestos utilizando a nudez, convertido num movimento social em rede em diversos pontos do planeta, e que a cada ano bate novos recordes de participacao. A pagina oficial do evento com informacoes detalhadas sobre a historia do evento e as razoes da radicalizacao da iniciativa voce encontra aqui.
O evento pode ser resumido como um protesto a favor de Direitos Reais para Ciclistas e contra a dependencia mundial de combustiveis. uma manifestacao da importancia de estimular o uso de bicicletas como meio de transporte e da falta de estrutura das cidades para a pratica do ciclismo colocando em evidencia a vulnerabilidade dos ciclistas nas ruas atraves da metafora da nudez. Porem nao eh obrigatorio ir pelado! Os participantes sao encorajados a ir “as bare as you dare”, cuja traducao nao rima em portugues, mas seria algo como “tao nu quanto voce se atreve”.
Tambem pedalei
Participei do protesto no ano passado em Londres. Foram mais de 1000 ciclistas pelados num passeio de quase dez quilometros pelas principais e mais movimentadas ruas da capital britanica. Na primeira edicao londrina do evento, em 2004, apenas 60 pessoas participaram. Em 2007 uma massa de pelados, num sabado ensolarado e agradavel, seguiu a rota saindo do Hyde Park em direcao a Piccadilly Circus, passando por Convent Garden, Parliament Square (onde esta o Big Ben), Waterloo Bridge, Oxford Street e Park Lane. Apenas as mais turisiticas e conhecidas areas de Londres! As pessoas se amontoavam para ver a horda de pelados de todas as idades, sexos, tamanhos e estilos em suas bicicletas e aplaudiam e se matavam de rir da inusitada cena. Os onibus de sightseeing dos turistas eram os mais engracados pois as reacoes, caras e bocas divertiam os participantes do protesto tambem. Ninguem foi preso. O protesto tem o direito a livre expressao e recebe apoio estrutural da prefeitura de Londres.

Pelados, mas serios
A campanha tem suas demandas especificas: zonas de circulacao apenas para ciclistas nas cidades, ruas mais seguras para o transito de bicicletas, faixas de ciclistas de duas maos com muro de separacao entre a via para veiculos motorizados e extincao de propagandas de carros.
Foi uma dos mais animadas, impactantes e divertidas manifestacoes que ja participei e definitivamente estarei junto a massa de pelados novamente quando estiver na epoca devida numa das cidades onde o evento ocorra.
O passeio eh divertido, mas eh parte de uma seria discussao. Eh necessario que cada um de nos mude a maneira que pensamos sobre transporte e comecemos a exigir o mesmo do governo. Eh preciso assumir a toma de responsabilidade, subir em nossas bicicletas e exigir uma real e pratica acao na luta contra a mudanca climatica.
Para saber mais detalhes sobre o evento em Londres, que ocorre em menos de um mes no dia 14 de junho e eh o que tem hoje o maior numero de participantes, acesse o site do World Naked Bike Ride UK.
No Brasil ainda nao ha um movimento forte, apesar de Sao Paulo ter tomado parte em edicoes anteriores, mas com um numero bem limitado (se nao me engano, houve um ano em que apenas um casal saiu pelado pelas ruas paulistas). Encontrei uma pagina de um grupo de discussao on-line, mas infelizmente parece que nao esta funcionando.Fica a sugestao para a mesma iniciativa pelos pampas gauchos

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Riding under the slogan “real rights for bikes”, participants cycle naked to highlight their vulnerability on city streets and draw attention to the destructive effects of car culture. The ride is a body-positive event where nudity is optional – riders are encouraged to go “as bare as you dare”.

. Last year’s event in London was the largest naked protest in British history, with over 1000 people riding through the streets of the capital for two hours. Ride routes offer participants an enjoyable “naked sightseeing experience”, and go past a number of city centre landmarks. Cycle-mounted police facilitate the ride and provide traffic control.


The campaign is part of a growing international awareness of the destructive effects of climate change and unsustainable oil dependency. For many people, these issues are prompting a choice of greener lifestyles and reconsideration of how our actions impact the planet. The London Naked Bike Ride is making specific demands: cycle-only zones in cities, real rights for cyclists, safer streets, separate two-way cycle lanes and a ban on car advertising.

Those wishing to participate can find more details at official website of the event.

Sunday, 11 May 2008

Maio de 68 quarenta anos depois


"The sound engineer in the hall (in an US lecture tour), a Mexican-American, whispered proudly in my ear that his son, a 25-year-old marine, had just returned from a tour of duty in the besieged Iraqi city of Fallujah, the scene of horrific massacres by US soldiers, and may show up at the meeting. He didn’t, but joined us later with a couple of civilian friends. He could see the room was packed with antiwar, anti-Bush activists.
The young, crewcut marine, G, recounted tales of duty and valour. I asked why he had joined the marine corps. “There was no choice for people like me. If I’d stayed here, I’d have been killed on the streets or ended up in the penitentiary serving life. The marine corps saved my life. They trained me, looked after me and changed me completely. If I die in Iraq, at least it would be the enemy that killed me. In Fallujah, all I could think of was how to make sure that the men under my command were kept safe. That’s all. Most of the kids demonstrating for peace have no problems here. They go to college, they demonstrate and soon they forget it all as they move into well-paid jobs. It’s not so easy for people like me. I think there should be a draft. Why should poor kids be the only ones out there? Out of all the marines I work with, perhaps four or five percent are gung-ho flag-wavers. The rest of us are doing a job, we do it well and hop we get out without being KIA (killed in action) or wounded”.



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"El ingeniero de sonido de la sala, un mexicano-americano, me susurró al oído, orgulloso, que su hijo, un marine de 25 de años, acababa de regresar de su servicio como soldado en la ciudad sitiada de Fallujah en Irak, escenario de horribles masacres de soldados estadounidenses, y que aparecería en el mítin. No lo hizo, pero apareció después con un par de amigos, ambos civiles. Pudo ver como la sala estaba llena de activistas antiguerra y antibush.
El joven marine de pelo rapado, G, narró historias de entrega y coraje. Le pregunté por qué se había unido al cuerpo de marines. "Para la gente como yo no hay otra elección. Si me hubiera quedado aquí, me hubieran matado en las calles o hubiera terminado en la cárcel cumpliendo condena de por vida. El cuerpo de marines salvó mi vida. Me entrenaron, se preocuparon por mí y me cambiaron completamente. Si hubiera muerto en Irak, al menos sería el enemigo quien me hubiera matado. En Fallujah todo en lo que podía pensar era en cómo mantener a los hombres bajo mi mando a salvo. Eso era todo. Muchos de los chavales que se manifiestan por la paz aquí no tienen problemas. Van a la universidad, se manifiestan y pronto se olvidan de todo en cuanto consiguen un trabajo bien pagado. Para la gente como yo no es tan fácil. Creo que debería existir una leva. ¿Por qué sólo los jóvenes pobres tienen que estar allí? De todos los marines con los que he trabajado, quizá sólo un cuatro o cinco por ciento eran verdaderos fanáticos amantes de la bandera. El resto de nosotros está haciendo un trabajo, lo está haciendo bien y esperando volver sin ser KIA [killed in action, asesinado en combate] o herido."



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Pra onde foi toda a raiva?

A guerra contra o Iraque eh uma estupidez. Ninguem com um minimo de bom senso ha de pensar diferente. Mas eh uma estupidez sobretudo do governo Bush, que com a insistencia no erro, segue atentando contra, inclusive, o seu proprio povo.
Tariq Ali, o renomado historiador, ativista e escritor paquistanes-britanico, radicado em Londres, escreveu para a revista semanal do bom jornal ingles The Guardian, do dia 22 de marco, um artigo intitulado “Where has all the rage gone?” (Pra onde foi toda a raiva?) analisando o legado de maio de 1968. Ali foi um dos intelectuais do "Grupo dos 19" que assinou o manifesto de Porto Alegre no Forum Social Mundial de 2005 e um dos organizadores dos protestos na Inglaterra contra a guerra do Vietna durante a onda de manifestacoes e revoltas no "ano que mudou o mundo”.

O pequeno relato em italico (ingles e espanhol) acima eh um trecho do artigo de Ali. Foi a resposta que ele obteve de um soldado americano sobre as razoes para haver decidido tomar parte na guerra. “A historia raramente se repete, mas seu eco nunca desaparece. Iraque quer dizer Vietnam em arabe”.


Friday, 9 May 2008

A little reminder



Como se sabe, o Reino Unido permanece como um dos grande aliados incondicionais dos Estados Unidos apesar da descarada e comprovada farsa que conformaram as supostas razoes para a invasao do Iraque em 2003.
É dessa triste submissao britanica que se justifica o pequeno lembrete, em forma de banner, sobre os custos da guerra. Sao inacreditaveis 720 milhoes de dólares por dia desperdiçados para humilhar, desprezar e fazer sofrer o povo iraquiano já farto de dor.
Como afirma Georges Bourdoukan no seu blog, os números nao comovem, mas tomo parte no registro, como em varios outros blogs do mundo, para ajudar a humanidade a nunca esquecer essa vergonha promovida pela arrogancia e irresponsabilidade americana.
Os dados sao do Tribunal de Bruxelas.