Tuesday 23 August 2011

No lançamento da Marcha “Aperte a mão de quem o alimenta”, presidente nacional do INCRA anuncia o Fórum Nacional de Reforma Agrária




O governo federal quer discutir mais amplamente o papel do INCRA na reforma agrária e são as organizações dos trabalhadores que dirão o que o Instituto deve fazer. É o que afirmou o presidente nacional do instituto, Celso Lacerda, no ato público de lançamento da “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI”, no último domingo. Desde ontem (22/08) mais de mil trabalhadores e trabalhadoras rurais, de dez estados da Federação, caminham mais de 200 km sob o forte sol do Estado de Goiás, saindo da capital, Goiânia, rumo à Brasília, para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de recolocar a reforma agrária na agenda política nacional.


A atividade promovida pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) afirma a importância de se dar mais peso ao eixo da Inclusão Produtiva do programa “Brasil Sem Miséria” da presidenta da república Dilma Roussef através da valorização da agricultura familiar e dos assentamentos de reforma agrária. Segundo o coordenador nacional do MLST no Rio Grande do Norte, Edmilson Lima, “trata-se de uma estratégia de superação da pobreza no país, implementando um reordenamento da questão agrária no Brasil através de uma reforma agrária do século XXI”.


O presidente do INCRA reconheceu a importância da manifestação e garantiu que nas próximas semanas o debate para institucionalizar um fórum oficial com a participação dos movimentos sociais sobre a reforma agrária no governo federal será concluído. “O caráter que esse fórum terá é o que definirá a sua importância e por isso o papel dos movimentos sociais é fundamental. A minha vontade é que ele seja um fórum deliberativo”, afirmou Celso Lacerda que também adiantou que a coordenação do fórum estará a cargo do secretário geral da presidência da república, ministro Gilberto Carvalho.


Lacerda ainda destacou que a Marcha da Reforma Agrária do Século XXI contribui muito para o debate com vários segmentos da sociedade sobre as reivindicações do trabalhador rural que “são pauta de toda a sociedade brasileira”. Segundo o presidente do Instituto, “o INCRA ainda falha em divulgar os dados que revelam o quão positivo a reforma agrária tem sido para este país, mas logo apresentaremos também uma pesquisa que apresenta o quanto se produz e quantidade de renda gerada pela agricultura família”, anunciou.


APERTE A MÃO DE QUEM O ALIMENTA –


Além do presidente do INCRA, o ato público de lançamento da Marcha no domingo, dia 21, contou com a presença da deputada federal Marina Sant’Anna, e dos deputados estaduais de Goiás, Izaura Ramos e Mauro Rubem. Junto dos trabalhadores estiveram ainda a representante da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Isolete Wichinieski, e Antonio Chagas, representando a CUT. A prefeitura de Goiânia também participou da mesa oficial através do secretário de educação, Péricles de Castro, bem como os superintendentes regionais do Incra de Goiás e do Distrito Federal, Jorge Tadeu Jatobá e Marco Aurélio Bezerra da Rocha, respectivamente. O MLST foi representado pelo seu coordenador nacional e um dos fundadores do movimento, Bruno Maranhão, e pelo coordenador do MLST em Goiás, Aparecido Ramos.


A Marcha já percorreu quase 60 km em apenas dois dias. O grupo de mais de mil trabalhadores e trabalhadoras rurais está hoje em Anápolis (GO), onde permanece por duas noites. Da Escola Municipal Professor Lorenzo, em Goiânia, se deu a partida na manha de ontem até a localidade de Teresópolis, e mais sete cidades do estado de Goiás receberão a visita dos militantes da reforma agrária do século XXI antes da Marcha chegar à capital federal, no dia 6 de setembro.


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