Hoje é o dia do primeiro jogo do Brasil na Copa e as atenções, pelo menos certamente dos eventuais leitores brasileiros deste blog, estão voltadas para o desempenho da seleção. Mas enquanto não chega a hora desse, para mim, não tão esperado evento (mas que eu inclusive também assistirei) tento recontar a experiência do meu acontecimento particular no sábado, do que significa um salto de pára-quedas.
E a verdade é que não sei. É único – pese o clichê – e isso é certo. Mas a descrição, propriamente, acho que vai além do que consigo escrever. Não me atrevo a dizer tampouco que foi a melhor sensação que já tive, mas foi definitivamente singular e espetacular.
Não tenho fotos ou vídeos durante o salto em si, pois o valor a pagar para isso era quase o preço de outro pulo, e efetivamente prefiro, como vou, saltar de novo.
Não fiquei nervoso, e digo isso genuinamente sem querer bancar nada, em nenhum momento. Nem ao chegar à beira do avião com as pernas para fora. Não entendo particularmente o que passou nos três primeiros segundos. Dentro do avião o instrutor me disse que iria dar umas cambalhotas no inicio da queda, e que logo de estabilizar, se eu quisesse mais, deveria fazer um sinal positivo. Fiz um negativo, pois queria poder sentir a queda, a força do vento, a velocidade incrível que não te deixa nem gritar. O deixar-se cair no nada e seguir caindo a mais de 100km/h é um tanto incompreensível pro corpo e pro psicológico. Abri os braços e percebi, num lapso, que caiamos. E eu queria seguir caindo. Só via o branco das nuvens que cortávamos e gritava apenas para mim, como se o vento empurrasse o som de volta para dentro. E tudo isso muito rápido, exageradamente rápido. Caímos por 35 segundos e para mim foi como se apenas cinco tivessem passado. Minha vontade assim que o pára-quedas foi aberto era voltar a me atirar do avião na mesma hora.
O pára-quedas, então, foi uma brincadeira, foi como estar numa roda-gigante em escassos minutos de recomposição, olhando a paisagem, desejando que assim que pousasse fosse possível subir de novo, como uma criança que desce pelo escorregador e corre para deslizar novamente. E definitivamente farei de novo!
Foi excelente, rápido e provocador. E aprendi que, mesmo que te atires de um avião, soluções não caem de pára-quedas.
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Today is the first Brazilian match in the World Cup and all the attentions, at least of the eventual Brazilian readers of this blog, are caught by the performance of the national squad. While it is not the time for this (not so much for me) awaited event, (although I am also going to watch it), I will try to recount my particular experience on last Saturday when I first skydived.
The truth is that I do not really know how to say it. It was unique, despite this description being a cliché, and that I can say. But the proper description of it goes beyond my writing skills. I do not dare to say it was the best sensation of my life, but it was definitely something singular and stunning.
I do not have photos or footage taken during the fall, because the price to hire it was almost as much the price for jumping again. I preferred to save it for, as already decided, doing it another time effectively.
I did not get nervous at any time (and I am not saying this because I am trying to play the cool), nor when I was at the edge of the aircraft with my legs hanging outside it. I do not understand, particularly, what happened during the first three seconds of the fall. Inside the plane, the instructor told me he was going to do somersaults at the beginning and that should put my thumbs up or down whether I wanted to continue or stop it. I put my thumb down so I could feel the fall, the wind strength, the high speed that prevents you from screaming. Give yourself up to the vastness and keep falling at 100km/h is somewhat incomprehensible for your body and mind. I opened my arms and noticed, at a blink of eyes, that we are falling. And I wanted to continue falling. I just saw the whiteness of the clouds that we are cutting across and screamed only for myself, as if the winds pushed the sound back inside me. And all of it was quick, excessively quick. We fell during 35 seconds and for me it was if only 5 seconds have passed. I wish I could, as soon as the parachute deployed, to throw myself out of the plane again.
Then, the parachuting was as if I was playing in a Ferris Wheel during few minutes necessary to resume myself, looking at the view, wishing I could, as soon as we landed, to go up again, as I child on the slides running to coast one more time. I am definitely doing it again!
It was excellent, quick and provoking. And I learned that, even if you jump off a plane, solutions will not fall from the sky.
1 comment:
Uma vez que provocamos a vida, passamos a provocá-la diariamente...
Uma vez que voamos...
Delícia não é?
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